UCRÂNIA: Invasão russa já causou centenas de mortos e mais de 100 mil refugiados

A Rússia alargou hoje, sexta-feira, a invasão da Ucrânia à periferia da capital, com os Estados Unidos convencidos de que o cerco a Kiev está iminente.

As explosões soaram antes do amanhecer em Kiev. 

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o Governo tinha informações de que “grupos subversivos” estavam a invadir a cidade.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que Kiev “poderia muito bem estar cercada”.

O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, numa chamada telefónica com membros do Congresso norte-americano, disse que as forças mecanizadas russas que entraram a partir da Bielorrússia estavam a pouco mais de 30 quilómetros da capital ucraniana, noticiou a agência de notícias ‘Associated Press’.

A defesa antiaérea de Kiev abateu hoje um avião russo, que se despenhou junto a um edifício residencial na cidade, disse um assessor do Ministério do Interior ucraniano, Anton Guerashenko.

“O avião inimigo foi abatido pela defesa aérea ucraniana e caiu junto a um edifício (…) no distrito de Darnitsk”, escreveu o assessor na plataforma de mensagens Telegram, sem especificar o tipo de aeronave abatida.

Pelo menos 100.000 pessoas já abandonaram as suas casas na Ucrânia e vários milhares cruzaram as fronteiras rumo a países vizinhos — Polónia, Roménia, Hungria e Eslováquia.

A Rússia lançou ontem de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev, embora outras fontes afirmem ter já morrido mais de mil soldados russos.

Putin disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus “resultados” e “relevância”.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU.

Cerca de 1.700 pessoas foram, até à hora desta edição, detidas em 53 cidades russas, sendo que perto de mil detenções ocorreram em Moscovo, na sequência dos protestos contra a invasão da Ucrânia.

© Luso-Americano/Agência Lusa