Ucrânia propõe aos seus aliados impostos sobre produtos russos para custear reconstrução

A Ucrânia propôs aos seus aliados impostos especiais de consumo sobre a energia e as matérias-primas russas após o fim da guerra, quando o custo da reconstrução do país ultrapassa já largamente o valor dos activos russos congelados.

Falando na apresentação de um relatório de danos para assinalar o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, insistiu no confisco total dos activos russos congelados.

“As necessidades de reconstrução já excedem em volume os activos russos congelados”, pelo que o responsável apresentou a possibilidade de “introduzir impostos especiais sobre a energia e as matérias-primas russas após a guerra”.

Shmygal acredita que a Rússia será forçada a pa-gar pelos danos causados pela guerra, ao mesmo tempo que a Ucrânia recebe “recursos significativos para a reconstrução” e é criado um precedente que protegerá as vítimas de possíveis agressões futuras.

“Durante o ano, o número de bens danificados ou destruídos aumentou 93%. São perdas colossais que estamos a substituir em tempo real”, assumiu ainda o responsável, citando os sectores da habitação e da energia, assim como infraestructuras consideradas críticas – instalações médicas e educativas, comunicações – como as mais afectadas.

Shmygal citou um relatório recente do Banco Mundial que estima as necessidades de reconstrução do país em cerca de 500 mil milhões de euros, ou seja, mais 36 mil milhões do que cálculos anteriores.

“Números tão elevados significam que a recuperação deve tornar-se um projecto global”, sublinhou o governante, defendendo que a “reconstrução tem de ser feita agora”.