UCRÂNIA. Voltar às fronteiras de 1991? “Nunca”, diz Rússia 

A Rússia advertiu hoje que nunca regressará às fronteiras de 1991, quando a Ucrânia se tornou independente da União Soviética, reiterando que manterá os territórios ucranianos anexados, como a Crimeia.

“Nunca e por nada no mundo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, sobre a exigência do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de a Ucrânia recuperar a soberania sobre os territórios anexados pela Rússia.

Moscovo anexou a Península da Crimeia em 2014 e, depois da invasão de Fevereiro de 2022, as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.

Lavrov afirmou que a posição de Moscovo “é entendida pela actual administração de Trump, que mais de uma vez disse que Zelensky terá de aceitar a questão territorial”.

“Um regresso às fronteiras de 1991, como Zelensky continua a exigir, é impossível”, insistiu, que participou na cidade cazaque de Almaty numa reunião dos chefes da diplomacia dos países membros da Comunidade de Estados Independentes (CEI) pós-soviética.

Lavrov observou que, embora os EUA queiram abordar as causas profundas do actual conflito na Ucrânia, a Europa recusa-se a fazê-lo, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

A Rússia apela à comunidade internacional para que aceite aquilo a que chama a “realidade no terreno” na Ucrânia, referindo-se ao controlo de quase 20% do território, enquanto Kyiv se recusa a aceitar a ocupação russa. 

Além disso, de acordo com Kyiv, o exército russo lançou uma nova ofensiva nas regiões de Sumi e Kharkiv para criar uma zona de segurança na fronteira.

A CEI, criada em 1991, reúne actualmente Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Moldova, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. A Geórgia e a Ucrânia abandonaram em 2009 e 2018, respectivamente, e o Turquemenistão mudou o seu estatuto para associado não-oficial em 2005.