UM PROFISSIONAL DE SAÚDE LUSO-AMERICANO FORMADO EM MEDICINA PULMONAR
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
É filho de imigrantes da freguesia de Eixo e Eirol, Aveiro, e nasceu em Connecticut o terapeuta respiratório luso-americano Peter Rodrigues, de 25 anos. O jovem profissional fez o liceu na Waterbury Arts Magnet School e formou-se posteriormente em terapia respiratória pelo Daytona State College, no estado da Flórida – onde agora vive.
“Ainda pensei em fazer fisioterapia ou algo no sector da radiação, mas finalmente optei pela terapia respiratória”, conta Peter Rodrigues, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO.
Assim que terminou a sua formação médica, em Junho de 2019, Rodrigues entrou para o quadros do grupo hospitalar AdventHealth, estando hoje ao serviço de uma das suas instalações em Apopka, FL, nos arredores de Orlando.
O AdventHealth, sediado na Flórida, é um dos maiores provedores de saúde sem fins lucrativos dos Estados Unidos, com mais de 8200 profissionais e presença em dez estados.
❝DESDE LIGAR E DESLIGAR AS PESSOAS DE VENTILADORES A ADMINISTRAR EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS, FAZEMOS DE TUDO UM POUCO❞
➔Peter Rodrigues, terapeuta respiratório
Como terapeuta respiratório, Peter Rodrigues dá assistência médica a doentes com problemas pulmonares e do foro respiratório. “Desde ligar e desligar as pessoas de ventiladores, fazer a manutenção e limpeza dos ventiladores, administrar exercícios respiratórios e até a obtenção de amostras sanguíneas para testes, fazemos de tudo um pouco”, explica Rodrigues. “No fundo, é darmos o nosso máximo para que as pessoas se curem e melhorem.”
O profissional dá assistência a pacientes de todas as idades e condições, incluindo com dificuldades motoras e intelectuais.
Em tempos de COVID-19, Peter Rodrigues lembra que todas as pessoas saudáveis podem e devem fazer exercícios respiratórios em casa. “Façam uma pesquisa online num sítio confiável e sigam os exercícios”, recomenda. “O básico é respirar fundo pelo nariz com a boca fechada e reter o ar durante 5 ou 10 segundos e depois libertá-lo pela boca; pode-se fazer este exercício simples pelo menos uma vez por dia. Até 3 vezes por dia, seria fenomenal.”
Diz o terapeuta: “Explico sempre aos meus pacientes que é como comer fruta. Uma peça por dia faz bem, mas se comermos mais que uma, faz ainda melhor.”
Rodrigues lembra que os asmáticos, por exemplo, também podem exercitar os pulmões, mas deverão fazê-lo mais lentamente “e nunca deixar chegar ao ponto de ofegar. É importante escutarmos os sinais que o nosso corpo nos envia.”
Os exercícios de respiração profunda, nota o terapeuta, também se podem fazer gradualmente; começar por respirar 5 vezes e avançar para as dez.
❝É IMPORTANTE QUE SE SAIBA QUE ESTAMOS A CUMPRIR COM AS NOSSAS TAREFAS NÃO PARA SERMOS RECONHECIDOS, MAS PARA MARCAR A DIFERENÇA E, SE POSSÍVEL, AJUDAR A SALVAR VIDAS❞
➔Peter Rodrigues, terapeuta respiratório
O profissional de saúde diz ser gratificante notar o reconhecimento da sociedade aos profissionais de saúde. “Esperemos que continue assim mesmo depois da situação melhorar, não apenas na saúde, mas em todos os outros sectores que estão a ser vitais para ultrapassarmos esta pandemia. No entanto”, ressalva, “é importante que se saiba que estamos a cumprir com as nossas tarefas não para sermos reconhecidos, mas para marcar a diferença e, se possível, ajudar a salvar vidas.”
Rodrigues, que é filho dos imigrantes João e Isabella Rodrigues e tem uma irmã, Emma, faz turnos diurnos e é o primeiro membro da família a optar por uma carreira na saúde. O domínio do português, reconhece, “tem sido uma mais-valia para o exercício da minha actividade profissional. Tento manter-me fiel às minhas origens lusas, mesmo estando longe dos grandes núcleos de presença portuguesa. Mas nem que seja em espírito, sinto-me sempre ligado a Portugal.”