UNIVERSIDADE SUECA: Tatuagens podem aumentar risco de cancro

Num estudo observacional de uma coorte sueca, as tatuagens foram associadas a um aumento de 21% do risco de linfoma, um tipo de cancro do sangue. 

Os investigadores da Universidade de Lund, na Suécia, analisaram o Registo Nacional de Cancro sueco e descobriram que o tamanho da tatuagem tinha pouco efeito no risco de cancro. 

Os resultados foram publicados na revista ‘eClinical Medicine’.

Embora os investigadores já conhecessem as propriedades potencialmente cancerígenas de algumas tintas de tatuagem, os autores deste estudo afirmaram que o impacto que tinham no risco de cancro não estava suficientemente estudado, o que os levou a realizar a presente investigação.

A primeira autora, Christel Nielsen, PhD, professora associada da Universidade de Lund, explicou que nos últimos 10 anos, tem-se dado bastante atenção ao conteúdo químico da tinta de tatuagem, sobretudo na Europa. 

A tinta de tatuagem contém frequentemente substâncias químicas que se sabe causarem cancro noutros contextos, por exemplo, em trabalhadores expostos profissionalmente. 

Sabe-se também que a tinta é transportada para fora da pele pelo sistema imunitário, uma vez que o corpo tenta remover as partículas de tinta que considera como algo estranho que não deveria estar ali. 

Foi demonstrado que este processo desloca o pigmento para os gânglios linfáticos, onde fica permanentemente armazenado.

“Queríamos compreender como a nossa saúde é afectada pelo armazenamento permanente de substâncias químicas potencialmente tóxicas no sistema imunitário”, referiu.

Os investigadores identificaram casos de linfoma no Registo Nacional do Cancro sueco, uma base de dados centralizada de casos de cancro no país. 

Para incluir pessoas com maior probabilidade de ter uma tatuagem, restringiram as idades dos doentes que estavam interessados em identificar aos 20-60 anos, quando lhes foi diagnosticado linfoma, entre 2007 e 2017.