Vasco Cordeiro defende análise sobre impacto do acordo EUA-UE nos Açores

Vasco-Cordeiro.pres.Açores

O presidente do Governo dos Açores anunciou quarta-feira que vai avançar para uma “análise prospectiva” sobre o impacto, ao nível dos diferentes sectores regionais, da parceria comercial EUA-UE na região.

“O Governo dos Açores pretende avançar para a elaboração de uma análise prospectiva e mais detalhada sobre a parceria transatlântica EUA-EU, que nos permita aferir, com detalhe e ao nível dos vários sectores, quais os impactos futuros para a região deste acordo comercial e aduaneiro entre estes dois ‘gigantes’ mundiais”, referiu Vasco Cordeiro.

O líder do governo açoriano, que encerrou na ilha das Flores o colóquio internacional “Açores e as fronteiras da Europa”, especificou que se pretende com esta iniciativa ir para além dos dados revelados por um estudo recente encomendado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O presidente do executivo açoriano destacou que se deve acompanhar “cuidadosamente” e “avaliar” a complexidade de todo o processo, daí que nos Açores se “assume as vantagens de se proceder a uma abordagem mais aprofundada e específica”.

Vasco Cordeiro acrescentou que esta abordagem defendida deve ter em consideração a “inserção insular e atlântica central”, bem como a “mais-valia” das infra-estruturas portuárias e aeroportuárias, a par da diáspora e do relacionamento dos Açores com os EUA.

Vasco Cordeiro apontou a importância do acordo comercial entre os blocos americano e europeu para a Europa e Portugal, que assume nos Açores uma “relevância específica e um enquadramento particular”.

“Este é um assunto que o Governo dos Açores segue com grande interesse e pró-activamente, pelas implicações e oportunidades económicas que pode representar para a região, numa acção que se manifestou, desde o início deste processo negocial, que ocorreu no ano passado, na identificação dos interesses específicos que a região pretende salvaguardar no quadro global da negociação”, referiu o presidente do executivo regional.

Vasco Cordeiro considera que “embora os estudos macroeconómicos já realizados sobre a parceria transatlântica – quer a nível da União, quer também a nível nacional – concluam por um impacto globalmente positivo para a economia”, estas conclusões, frisou, “não nos devem tranquilizar”.

“Devem antes servir para melhor nos prepararmos, em conjunto com os parceiros sociais e sectores económicos dos Açores, para os respectivos desafios”, declarou.

Vasco Cordeiro defendeu ainda que o país e a Comissão Europeia e Parlamento Europeu devem valorizar e pugnar pelo “papel estratégico que os Açores assumem no Atlântico Norte”, que poderá ser alvo de um reforço por via do aumento das trocas comerciais entre os EUA e a UE.

O presidente do Governo dos Açores pretende que a academia açoriana seja a parceira do executivo na elaboração da “análise prospectiva”.