Ventura, líder do Chega, pede “exercício crítico” às autoridades públicas que elogiaram ciganos
André Ventura, líder do partido de direita Chega, foi recebido na quinta-feira (1), a seu pedido, pelo Presidente da República a propósito do processo parlamentar sobre a eutanásia, tendo sido questionado pelos jornalistas sobre o agradecimento que Marcelo Rebelo de Sousa fez, numa mensagem evocativa do 1.º de Dezembro, aos ciganos que “deram a vida” pela independência nacional, lamentando a discriminação de que têm sido alvo em Portugal.
“Não tenho conheci- mento da participação da comunidade cigana nesse processo da independência, certamente que foi uma nota histórica da Presidência da República”, começou por responder, rejeitando que o partido alguma vez tenha “colocado em causa” ou desprezado a comunidade cigana, apesar de repetidas declarações críticas ao longo dos anos, como a sugestão de que houvesse um plano de confinamento específico para essa comunidade, nos primeiros meses da pandemia de covid-19.
Ventura citou que gostaria de ver “é que, ao mesmo tempo que as autoridades públicas se regozijam com a participação cigana na vida nacional, que é importante”, fossem também “capazes de chamar a atenção da comunidade cigana quando esta também tem que ser chamada à atenção”. “Quando é para fazer um exercício laudatório pode dizer-se que é a comunidade cigana, mas quando é para se fazer um exercício crítico já não se pode mencionar a comunidade cigana”, disse.
“O Presidente da República tem o direito e a legitimidade de fazer este juízo, mas nós gostaríamos de ver também as autoridades públicas, às vezes, fazer um exercício crítico dessa mesma comunidade e nunca vemos isso”, enfatizou.