VEREADOR-GERAL NA 4.ª MAIOR CIDADE DE NEW JERSEY, MANNY GROVA, JR. APOSTA NA POLÍTICA DE PROXIMIDADE

“É a nível local que realmente fazemos a diferença na vida das pessoas”

No próximo sábado, 4 de Março, o salão nobre do Portuguese Instructive Social Club (PISC) abre portas para mais um jantar de angariação de fundos a favor da campanha à reeleição de Manny Grova, Jr.. Há 30 anos que o vereador-geral de origem portuguesa no 4.º maior centro urbano de New Jersey, onde dá voz a mais de 135 mil pessoas, recebe centenas de apoiantes para o evento: figuras políticas (de autarcas a senadores, congressistas e xerifes), líderes associativos, empresários, bombeiros, polícias, advogados… É o reflexo da imagem pública que Grova, filho de emigrantes portugueses de classe trabalhadora que o educaram na fé católica, soube meticulosamente construir ao longo de três décadas; o único luso-descendente no conselho municipal de Elizabeth é hoje uma das mais proeminentes figuras políticas de origem lusa no “Estado Jardim”, a quem se augura futuro promissor…

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O vereador-geral luso-americano Manny Grova, Jr. junto ao assento que ocupa no Conselho Municipal da cidade de Elizabeth, NJ

Um político à moda antiga, que atende o telefone aos seus constituintes e que arregaça as mangas, se for preciso, para resolver o mais mundano dos problemas.

🌐LEGISLADOR MUNICIPAL, ADVOGADO, DEFENSOR PÚBLICO

Às funções de vereador-geral, Grova, Jr. junta as de defensor público nos municípios de Roselle e Union e a de advogado do “Planning Board” do condado de Union. Nos escritórios de advocacia “Mandelbaum Barrett”, em Elizabeth, onde está desde 1993, trabalha nas áreas criminal, de compensação laboral, acidentes de trabalho e danos pessoais (aos níveis municipal e do Tribunal Superior do estado).

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Manny Grova Jr. nas escadarias de acesso à Câmara: uma vida dedicada ao serviço público

Faz em Março 57 anos que nasceu em Elizabeth, NJ, “onde tenho passado toda a vida, sempre no bairro junto ao porto”, conta o vereador-geral, na entrevista exclusiva que concedeu ao jornal LUSO-AMERICANO. O pai, Manuel Rodrigues Grova, Sr., é natural da Picheleira (Lisboa) e a mãe, Rosa Grova, do Rio de Janeiro (Brasil) – apesar de ter ido nova para Póvoa de Cima, Mangualde, onde cresceu. “Em minha casa não se falava inglês, para que os meus pais pudessem perceber o que dizíamos, e o que nos serviam à mesa era o que comíamos”, diz. “Sem educação académica, os meus pais trabalhavam em fábricas e deram-me a mim e à minha irmã uma educação católica.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Manny Grova, Jr. nasceu e cresceu na cidade de Elizabeth, onde ainda vive

❝EM MINHA CASA NÃO SE FALAVA INGLÊS, PARA QUE OS MEUS PAIS PUDESSEM PERCEBER O QUE DIZÍAMOS❞

⤻Manny Grova, Jr., vereador-geral, Elizabeth, NJ

Manny Grova, Jr. terminou o Liceu St. Patrick como melhor aluno do ano. Foi, precisamente, enquanto estudante da secundária, que descobriu a vocação para a política. “Fui chefe de turma na 8.ª classe e, nessa altura, o então mayor de Elizabeth fez uma visita à nossa escola, com todo aquele aparato que o seguia. Aquilo impressionou-me e, um dia, cheguei a casa e disse aos meus pais que queria ser político para estar em posição de ajudar as pessoas.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A empresa de advogados a que Manny Grova, Jr. está ligado há três décadas

Começa pelas bases, concorrendo a membro do comité democrata local. Tinha 18 anos; era a primeira vez que se submetia ao voto popular. Não ganha, mas percebe que, se se tornasse advogado, a vida na política correria melhor. Na Seton Hall University e na Rutgers University, tira Ciências Políticas e Direito, respectivamente. Começa cedo o seu envolvimento cívico, organizando campanhas de naturalização e colaborando em associações e na igreja. O estágio no gabinete do Procurador do condado de Union, como jovem advogado, abre-lhe muitas portas e até lhe dá o 1.º emprego, em 1989 (mantém-se aí até à entrada para a Mandelbaum Barrett).

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Uma das paredes do seu escritório a reflectir uma existência também dinâmica a nível comunitário

🌐ENTRADA PARA O CONSELHO MUNICIPAL

Em Fevereiro de 1994, lança-se ao cargo de vereador no Bairro 1, que conhece como as palmas da sua mão. Ganha as primárias partidárias (entre 7 candidatos foi o mais votado) e avança para as eleições gerais: arregaça as mangas e inscreve mais de uma centena de novos eleitores. “Eu aparecia na alínea G, lá para o fim do boletim de voto”, conta. “Lembrei-me de utilizar essa desvantagem a meu favor e criei o lema ‘G’ for Grova. Era perfeito!” Conclusão: acaba eleito. Anos depois, surge a oportunidade de concorrer na equipa do “maior” Chris Bollwage para o Conselho Municipal como vereador-geral; Grova, Jr. agarra a oportunidade e… volta a ganhar.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O também advogado Manny Grova, Jr. no seu gabinete

❝ONDE REALMENTE SE RESOLVEM OS PROBLEMAS DO QUOTIDIANO, AQUELAS COISAS QUE AFECTAM AS PESSOAS NO SEU DIA-A-DIA, É A NÍVEL DA VEREAÇÃO❞

⤻Manny Grova, Jr., cvereador-geral, Elizabeth, NJ

“Não me interessa muito a política que não seja a nível local”, nota Manny Grova, Jr.. “É a esse nível que realmente fazemos a diferença na vida das pessoas, daqueles que votam por nós para que façamos algo pelo bem colectivo. Neste país, as eleições presidenciais são as que alcançam maior percentagem de adesão às urnas; no entanto, onde realmente se resolvem os problemas do quotidiano, aquelas coisas que afectam as pessoas no seu dia-a-dia, é a nível da vereação.”

Foto: CORTESIA MANNY GROVA, JR. | Com o Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, vendo-se à direita sua esposa, Christine Miguel Grova

Ainda assim, reconhece que, “se um dia surgir a oportunidade de concorrer a mayor, e se as condições políticas forem as favoráveis, creio que gostaria de o fazer. Acho que reúno os requisitos para servir de forma competente os moradores desta grande cidade, sobretudo atendendo à minha trajectória de vida. Mas não quero concorrer só por concorrer.”

Foto: CORTESIA MANNY GROVA, JR. | Com o senador Corey Booker, de New Jersey

Diz que a empatia pelos outros é fruto da educação católica que recebeu em casa: “gosto de tratar toda a gente da mesma maneira. Mais a mais, o governo existe para servir todos, sem discriminação.”

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O caminho político de Manny Grova, Jr. tem ainda muito que dar…

❝GOSTO DE TRATAR TODA A GENTE DA MESMA MANEIRA. MAIS A MAIS, O GOVERNO EXISTE PARA SERVIR TODOS, SEM DISCRIMANAÇÃO❞

⤻Manny Grova, Jr., vereador-geral, Elizabeth, NJ

O vereador afirma haver ainda trabalho a fazer no que toca à qualidade de vida na cidade: espera que os residentes reciclem mais (“ganhamos todos com isso”) e gostava de ver as artérias de Elizabeth mais asseadas. “Teremos talvez de ser mais assertivos na forma como penalizamos as pessoas que não cumprem as regras instituídas”, sugere.

Assumindo-se “democrata moderado, a pender mais para o conservadorismo”, aprendeu a discernir “o bem do mal” e ganhou “o temor de fazer algo que está errado” com os pais. “Este país foi criado por pessoas que vieram de todos os lados para trabalhar e usufruir de uma sociedade justa, de oportunidades”, diz o vereador, que é pai de 3 filhos.

Inspirado por figuras políticas americanas díspares como Jesse Jackson, Bill Clinton e Ronald Reagan, o legislador municipal acredita que a virtude está no meio: “Só porque se é uma coisa ou outra, não significa que tenhamos 100% de ir nessa direcção”, ensina. “Hoje em dia vivemos esse dilema: os extremos fazem muito barulho e a maioria, que está no centro, não se faz ouvir. E, quando expressamos uma opinião, ficamos logo com um rótulo.”

As muitas ocupações profissionais não o afastam da vida associativa nem da comunidade. O vereador-geral já fez parte do corpo directivo do PISC e do Elizabeth Portuguese Lions Club, sendo membro de ambos, é organizador do torneio anual de golfe do comité do Dia de Portugal e fez parte, como treinador, de duas equipas de futebol – “Rebels” e “Firebirds”, parte do Elizabeth Youth Soccer Club.

O advogado e vereador-geral está casado há mais de três décadas com Christine Miguel Grova, de quem tem 3 filhos: Angelica, Manny III e Adam Miguel Grova.