VETERINÁRIA LUSO-AMERICANA TEM CLÍNICA NA FLÓRIDA ESPECIALIZADA EM REABILITAÇÃO E GERIATRIA ANIMAL

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

É luso-americana a fundadora e única veterinária de serviço na clínica ‘Pawsitive Healing’, em Jacksonville, estado da Flórida, dedicada ao tratamento de animais – sobretudo canídeos – em fase adulta. Carla Rodrigues, 37, formou-se em Biologia pela Montclair State University e obteve o canudo em Veterinária pela Ross University, em Saint Kitts – nas Caraíbas. De regresso aos Estados Unidos, prosseguiria a sua formação superior na área pela University of Minnesota; o início da carreira levou-a à Califórnia e Carolina do Norte, até à mudança há quatro anos para a Flórida.

“Não tardaria muito e comecei a explorar o mundo da medicina alternativa para animais, tendo completado várias acções de formação nesse sector, sobretudo em reabilitação e acupuntura, na University of Tennessee e no Chi Institute”, diz a veterinária Carla Rodrigues, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO.

A profissional diz integrar as técnicas alternativas às convencionais “e a minha paixão é igual tanto ao tratar de um jovem animal de estimação que se tenha ferido como um que sofra de artrite e já seja idoso”, garante Rodrigues, dona de dois cães resgatados, ‘Stella’ e ‘Jackson’. “Como veterinária, não há nada que substitua o prazer de ver um animal curado ou pelo menos com o seu estado de saúde melhorado.”
Carla Rodrigues nasceu em Newark, New Jersey, filha dos emigrantes Maria dos Prazeres e Fernando Rodrigues, oriundos de Arcos de Valdevez.  “Cresci em New Jersey mas passei muito tempo em Portugal durante a minha infância”, revela. “Vivíamos em North Arlington, onde aliás ainda estão os meus pais.”

O amor pelos animais desperta na escola preparatória e já estava no liceu quando começou a trabalhar numa clínica veterinária em Kearny. “Aí cimentei a ideia de me vir a tornar veterinária, não só porque gostava de animais, mas sobretudo porque os queria curar e tratar. Sabia que, ao fazê-lo, também ajudava os seus donos.”

Na sua clínica independente em Jacksonville, chega a ver uma média de 13 a 15 “pacientes” por dia (“sim, os animais também são pacientes quando vão ao veterinário”, clarifica). Na sua maioria cães, mas também lhe batem à porta gatos.

Carla Rodrigues trabalha com pacientes geriátricos a quem administra tratamentos de reabilitação, incluindo hidroterapia (coloca-os numa esteira de ginástica num tanque de água onde os cães exercitam). A ‘Pawsitive Healing’ funciona de segunda a sábado e esteve sempre activa durante o período COVID.

A veterinária considera positivo o período em que as pessoas estiveram em casa a trabalhar por causa da pandemia. “Foi bom para os animais terem os donos em casa, eles gostam dessa proximidade e quem tem animais de estimação, trabalhando em casa, também lhes proporciona mais atenção – sobretudo se forem animais de idade”, considera.

A veterinária nota que a sua principal função é garantir o máximo de qualidade de vida aos animais, “e isso passa por prolongar-lhes a vida. Há, contudo, que reconhecer que, a certa altura, o fim pode estar próximo; quando a qualidade de vida diminui substancialmente e não há nada mais a fazer, falo com os donos dos pacientes e recomendo-lhes os serviços de quem actua nessa área.”

Na sua opinião, deve-se comprar ou resgatar um animal? A resposta não se faz esperar: “Depende muito do que procura um dono, mas eu opino que se deve resgatar um animal de estimação. Há tantos por essa América fora em abrigos à espera de um lar permanente. Deem sempre prioridade à adopção, muito embora não considere negativo que se compre um animal, só que nos devemos lembrar que existem muitos para serem resgatados.”