Vice-presidente do Governo dos Açores diz que não teve “intenção de ofender” médicos
O vice-presidente do Governo dos Açores fez algumas declarações acerca do trabalho extraordinário que não foram bem recebidas pelos partidos da oposição nem pela classe trabalhadora a que se referia.
Agora vem afirmar que, não teve “intenção de ofender os médicos”, disse “Quem me conhece sabe que um dos meus defeitos é ser frontal. Não tive qualquer intenção de ofender ninguém, muito menos os médicos”, afirmou Artur Lima (CDS- PP) durante o debate sobre o Orçamento para a Saúde em 2023, no plenário da Assembleia Legislativa.
Nas últimas semanas, cerca de 400 médicos manifestaram indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas de trabalho extraordinário obrigatórias por lei e reclamam um pedido de desculpas do vice-presidente do executivo dos Açores, Artur Lima. Este que afirmou a 11 de Novembro que os médicos “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados.
“O que espero é que os médicos sejam médicos. Não quero crer que a única coisa que possa motivar os médicos seja o dinheiro. Não posso aceitar que quem tem um código de ética e deontologia possa pôr em perigo a saúde”, disse na altura. No mesmo dia, entrou em vigor um diploma que aumenta o valor pago por hora do trabalho extraordinário dos médicos além das 150 horas obrigatórias por lei. “O que eu disse foi que não quero crer que a única coisa que possa motivar os médicos seja o dinheiro. Mas também defendi que devem ser bem remunerados”, frisou o vice-presidente.
Os médicos do Serviço Regional de Saúde dos Açores “exigem” um pedido de desculpa do vice- presidente do Governo Regional para que se possa negociar, disse Margarida Moura, da Ordem. “Os médicos exigem um pedido de desculpa. Houve uma ofensa aos médicos”, declarou aos jornalistas no final do encontro, na terça-feira à noite, em Ponta Delgada, a responsável nos Açores pela Ordem dos Médicos, que se reuniu em plenário com médicos de várias ilhas.