VILLAS-BOAS CANDIDATO A PRESIDENTE DO FC PORTO: Renovação desportiva e financeira é o lema

A renovação desportiva e financeira do FC Porto encabeça os eixos da candidatura à presidência do clube de André Villas-Boas, ex-treinador da equipa principal de futebol, que apresentou quarta-feira o seu programa eleitoral na Alfândega do Porto.

“Acho que o FC Porto precisa de mudança e tenho vindo a preparar-me para ser o motor dessa transformação. O FC Porto precisa de se encontrar com as suas bases e valores, com os princípios fundamentais da instituição e com todos os sócios, além de demonstrar uma nova dinâmica e força e um modelo de gestão mais rigoroso. É tempo de o FC Porto entrar numa nova fase”, reconheceu aos jornalistas o candidato às eleições do clube, que devem decorrer em Abril, logo após a cerimónia de lançamento da lista “Só há um Porto”.

Villas-Boas procura implementar uma direcção desportiva “competente, experiente, estruturada, profissional e in-terventiva”, que esteja à altura da “grandeza e exigência” dos ‘dragões’ e possa optimizar activos e criar valor na equipa principal e nas camadas jovens.

Além de criar uma direcção de ‘scouting’, um gabinete de performance e uma metodologia unificada na formação, o candidato deseja um centro de alto rendimento para as equipas profissionais no Olival, cujo plano de arquitectura vai ser divulgado em breve, enquanto os custos e as hipóteses de financiamento da obra serão debatidos em sede de campanha.

André Villas-Boas olha com “grande apreensão” para a promessa da direcção do FC Porto em edificar uma academia na Maia, mas sublinha que respeitará os contratos assinados.

Completar os escalões em falta na formação e a nível sénior no futebol feminino e lançar bases para a criação do departamento de futsal surgem ainda nos planos desportivos da candidatura do ex-treinador, de 46 anos, que passou pelo comando dos ‘azuis e brancos’ em 2010/11 e venceu quatro provas, entre as quais a I Liga portuguesa e a Liga Europa.

“O motor do FC Porto é a sua gestão desportiva e essa, lamentavelmente, desapareceu. Com um enquadramento estruturado, podemos voltar a encontrar essa força. Vamos ter uma direcção desportiva rigorosa e adequada à modernidade, composta por pessoas que representam a mística do clube e outras experientes e com nome no mercado”, apontou.

O equilíbrio financeiro é outro dos eixos programáticos de André Vil-las-Boas, que fala em racionalizar custos, estruturar e renegociar a dívida ou optimizar o ‘cash flow’ operacional, recorrendo a iniciativas que potenciem o aumento de receitas.

A administração da SAD incluirá “profissionais credíveis, com comprovada experiência e reconhecidos pelo mercado pela sua competência, mérito e sucesso nos seus sectores de actividade”, tendo “a transparência, a ética e a boa governança como pilares de actuação”.

Os encargos com a remuneração fixa dos elementos da sociedade actualmente presidida por Jorge Nuno Pinto da Costa vão ser reduzidos em mais de 50%, enquanto o montante variável passará a ter um teto máximo de 60% da fixa e um pagamento condicionado a ponderadores positivos das áreas financeira e desportiva, abrangendo cada colaborador.

Esse “modelo de gestão aberto” implica também a adopção de um portal da transparência, que contenha “informação fidedigna e actualizada aos sócios” acerca dos custos inerentes às transferências de atletas e aos negócios estruturantes efectuados pelo grupo FC Porto.

“Lamenta-se que, a três meses das eleições, estejam a ser tomadas decisões que podem hipotecar uma futura gestão do clube. Decisões desta relevância só sucedem quando se vende parte do clube ou uma das sociedades participadas ou quando se faz movimentos contabilísticos quanto à reavaliação dos activos do clube, tal como é o Estádio do Dragão. Nesta fase, estamos muito ansiosos e à espera dessas decisões estruturantes que o FC Porto tomará para melhor compreendermos e adaptarmos as nossas estratégias”, frisou ainda.