‘VINHAS JEWELERS’ ASSINALA ESTE MÊS PRESENÇA DE 40 ANOS NA FERRY STREET

Por HENRIQUE MANOs | Jornal LUSO-AMERICANO

Se a Ferry Street é e continua a ser portuguesa, deve-o em grande parte à longevidade de estabelecimentos como a ‘Vinhas Jewelers’. Fundada em 1981 pelos emigrantes Fernando e Tina Vinhas, oriundos da freguesia de Camarneira, Cantanhede, a emblemática loja completa neste mês de Outubro quatro décadas de porta aberta na mais lusófona das artérias da América.

“Já somos terceira geração de ourives”, nota Helena Vinhas, filha dos fundadores e hoje co-proprietária, com o irmão Victor. “O nosso bisavô já o era e, como ourives ambulante, vendia ouro de porta a porta.”

Acrescenta Victor Vinhas: “É algo que já está no nosso ADN.”

📸PHOTO CREDIT: Henrique Mano/Jornal Luso-Americano
Os irmãos e proprietários Victor e Helena Vinhas em frente ao estabelecimento na Ferry Street

Quando, na década de 1960, Fernando Vinhas emigrou para New Jersey, começou por abrir uma ourivesaria em Kearny, em sociedade, que manteve durante “alguns anos”, conta Victor. Mas é em Outubro de 1981, depois da aquisição do imóvel 197 da Ferry Street, que abriria por conta própria a loja original da ‘Vinhas Jewelers’. Os irmãos Victor e Helena, ele nascido no Canadá e ela já na América, ainda de tenra idade, saiam da escola “e íamos para a ourivesaria ajudar os nossos pais”, diz Helena.

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A SEGUNDA LOJA

Em Dezembro de 2012, a ‘Vinhas’ da actual localização, no 87 da Ferry, abria portas; durante 7 anos, os Vinhas mantiveram as duas lojas, mas em 2018 concentraram-se apenas naquela que agora mantêm aberta.

“Em 1999 perdemos os nossos pais com um intervalo de poucos meses”, diz Helena Vinhas. “Foi uma transição difícil, o meu pai era uma pessoa incrível, com muita inteligência e experiência, um autêntico ourives mestre.”

Acrescenta o irmão: “Trabalhou até ao ultimo dia de vida. Fechou a loja, foi para casa e nessa noite faleceu.”

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Os fundadores da ourivesaria e relojoaria, Tina e Fernando Vinhas, no dia do seu casamento em Portugal
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A ‘Vinhas’ oferece um vasto leque de serviços e artigos, passando por um departamento de ourives onde efectuam reparações e até fabricam jóias de origem “e ao gosto do cliente”, sublinha Helena, “em todo o tipo de material – ouro branco e amarelo, platina, prata, etc.”.

OURO PORTUGUÊS

No campo da relojoaria, efectuam reparações, troca de peças, manutenção, troca de vidros, pulseiras e baterias. “Vendemos marcas como Tag Heuer, Omega, Rolex, Gucci, Michael Kors, Seiko e Tissot, de 30 dólares a 20 mil”, diz Victor Vinhas.

Apesar de hoje a clientela ser mais diversificada, “quem permitiu o arranque da loja foi a comunidade lusa”, refere Victor, “e nós nunca nos esquecemos disso. Ainda hoje são o grosso da clientela – mesmo quando se mudam para outros estados, continuam a solicitar os nossos serviços.”

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O ouro português de 19,2 quilates é o mais procurado, em artigos como anéis, colares, pulseiras, brincos e fios para homem. Tal como o é a filigrana artesanal, mais cara, e a industrial, mais em conta – de que fazem parte os muito procurados e elaborados corações de Viana, tanto como pêndulo para os fios como em brincos tradicionais. Os preços variam, dependendo dos artigos em filigrana banhados em ouro ou em ouro maciço. “Vendemos um coração de Viana por 10 mil dólares que levou 9 meses a fazer”, revela Helena.

Outro sector dominante de negócio é o diamante, muito utilizado em anéis de noivado e alianças.

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“Do que mais gostamos é da convivência com os clientes e do respeito mútuo que, ao longo dos tempos, fomos cimentando”, afirma Victor Vinhas. Helena diz de sua justiça: “Em 40 anos aprendemos muito e continuamos a aprender. Estamos muito agradecidos à comunidade pelo apoio qu sempre nos deu.”

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