🌎 NASCEU EM PORTUGAL E FAZ CARREIRA EM MEDICINA NA ZONA METROPOLITANA DE WASHINGTON, DC

🖋Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

A médica portuguesa Elisa Gil-Pires, que actua na área da geriatria, acaba de ser promovida a Vice-Presidente Sénior para os Assuntos Médicos no Charles E. Smith Life Communities (CESLC) – um complexo residencial e de cuidados de saúde à terceira idade em Bethesda do Norte, na zona metropolitana de Washington, DC. A profissional ascendeu ainda às posições de ‘Chief Officer’ e ‘Medical Director’.

“Durante a sua permanência no CESLC, a Dr.ª Gil-Pires implementou várias medidas que levaram a melhoramentos na área médica e nos cuidados de saúde fornecidos aos nossos pacientes”, pode-se ler no comunicado de imprensa onde são anunciadas as promoções.

O documento sublinha ainda as qualidades de liderança demonstradas pela médica portuguesa aquando do pico da COVID, altura em que assumiu a chefia da equipa de controlo à disseminação do vírus.

Elisa Gil-Pires nasceu em Cambezes do Rio, Montalegre, filha de António e Maria de Fátima Gil – também naturais da mesma freguesia transmontana. Tinha 3 anos quando a família se mudou para os Estados Unidos da América, fixando-se na cidade de Bridgeport, estado de Connecticut. Frequentou o Liceu de Notre Dame e a Universidade de Fairfield, na vizinha localidade de Fairfield.

❝O APOIO À TERCEIRA IDADE PASSOU A SER UMA CAUSA QUE ME É QUERIDA AINDA NO LICEU❞

➔Elisa Gil-Pires, médicana área de gerontologia

Elisa Gil-Pires fez os 6 anos de escolaridade na ‘Vasco da Gama’ e formou-se em Medicina pela St. George’s University School of Medicine, completando posteriormente estágios profissionais em Nova Iorque e Baltimore. Avança posteriormente para a Faculdade de Medicina da UCONN em Farmington, CT, onde obtém a especialização em Gerontologia.

“Escolhi a geriatria por uma sucessão de factores”, explica a medica, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Quando viemos de Portugal, trouxemos connosco a minha avó pateran; o meu pai era filho único e ela estava viúva. Acabaria por ser fundamental na criação dos seus 4 filhos – eu tenho três irmãos – e viveu sempre em nossa casa. Quando fui para o liceu, acabei por fazer trabalho de voluntariado num lar de terceira idade, onde, mais tarde, ao fazer 16 anos, também me foi oferecida uma posição a tempo inteiro. Apeguei-me às pessoas naquela faixa etária, passou a ser uma causa que me é querida”.

Antes da mudança em 2014 para Maryland, a médica portuguesa passou ainda por algumas clínicas no sector privado na área de Hartford e pelo Saint Francis Hospital and Medical Center.

❝DURANTE O PICO DA COVID, NÃO SÓ TIVE DE TOMAR TODAS AS PRECAUÇÕES NO SERVIÇO, COMO QUANDO CHEGAVA A CASA❞

➔Elisa Gil-Pires, médica na área de gerontologia

Elisa Gil-Pires viveu, como todos os seus colegas, momentos difíceis durante a pandemia do novo coronavírus. “Não só tive de tomar todas as precauções no serviço, como quando chegava a casa”, conta. “O meu marido não trabalha na área médica e temos dois filhos adolescentes, pelo que tive de me isolar num quarto, lavava a minha roupa separadamente, comia em horários diferentes do resto da família e praticávamos – mesmo entre nós – o distanciamento social. Hoje, com acesso a testes (os nossos cerca de 800 funcionários médicos são testados semanalmente), é possível seguir um tipo de vida mais estável”.

Fundado em 1910, o CESLC é uma organização sem fins lucrativos e acolhe mais de 1.100 moradores/pacientes, a quem são fornecidos cuidados de saúde de qualidade até ao período do fim de vida.

“Actualmente, registamos um rácio de casos positivos inferior a 1%” tanto entre os provedores de saúde, como no seio dos pacientes”, sublinha a Dr.ª Elisa Gil-Pires.

A terminar, diz: “Com o apoio e encorajamento da minha família, continuo a progredir na carreira e a alcançar os objectivos a que me propus”.