Acordo entre países: Egito quer novo “começo” com Turquia após aperto de mão entre líderes al-Sisi e Erdogan
A Presidência egípcia destacou, nesta semana, que o aperto de mão “sem precedentes” entre os líderes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, selou o “início do desenvolvimento das relações” bilaterais após uma década de distanciamento.
Erdogan, um grande aliado do falecido Presidente egípcio, Mohamed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, tinha garantido que “nunca” falaria com “alguém como” Abdel Fattah al-Sisi, que derrubou Morsi no golpe de Estado de 2013.
Morsi foi democraticamente eleito após a Primavera Árabe de 2011 ter levado ao fim do regime de Hosni Mubarak, que estava no poder há 30 anos. Seria derrubado num golpe militar em julho de 2013, depois de uma vaga de protestos, tendo ficado no cargo pouco mais de um ano.
O então chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa, o marechal Abdel Fattah al-Sisi, foi depois eleito Presidente, lançando depois uma campanha contra a Irmandade Muçulmana de Morsi, que seria ilegalizada.
Nos últimos meses, Ancara e Cairo parecem estar a iniciar um processo de distensão política.
Ao regressar da cimeira das principais economias mundiais (G20), na Indonésia, Erdogan disse que estava pronto para “começar do zero” com o Cairo.
No domingo, a Presidência turca publicou uma fotografia de Erdogan e al-Sisi, com os dois a sorrir e a apertarem as mãos durante a cerimónia de abertura do Campeonato do Mundo de Futebol, que começou no mesmo dia no Qatar, outro grande aliado de Morsi com quem o Egito se reconciliou recentemente.
“[Ambos] reafirmaram a profundidade dos laços históricos entre os dois países e os dois povos” e decidiram “retomar o desenvolvimento das relações bilaterais”, disse o porta-voz da Presidência egípcia, Bassam Radi.