Oposição critica contradições do Governo sobre demissão da CEO da TAP
Chega, Iniciativa Liberal, e Bloco de Esquerda, criticaram hoje as contradições do Governo sobre a eventual existência de um parecer que fundamente a demissão da CEO e do ‘chairman’ da TAP, exigindo ao executivo que preste mais esclarecimentos.
Os partidos fizeram estas críticas após, na quinta-feira, o ministro das Finanças ter dito que não há “nenhum parecer adicional” a fundamentar a demissão do ‘chairman’ e da presidente da comissão executiva da TAP, um dia depois de o gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares ter afirmado que esse parecer não podia ser partilhado para salvaguardar o interesse público.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder do Chega, André Ventura, considerou que tem havido uma “mentira, repetida vezes sem conta, que circula entre membros do Go-verno e de membros do Governo para fora” sobre este assunto, defendendo que “esta mentira tem de ser desmascarada”.
Ventura voltou a desafiar o primeiro-ministro, António Costa, a dar explicações ao país sobre este caso, considerando que, se mantiver a confiança nos ministros das Finanças, Assuntos Parla-mentares e Presidência, “está a dar respaldo à mentira, à insensatez e ao amadorismo”.
O líder do Chega anunciou ainda que o seu partido vai pedir que sejam entregues à comissão de inquérito à TAP “toda a documentação” e troca de correspondência entre os serviços centrais jurídicos do Estado, o Governo e a tutela sobre este caso, argumentando que não acredita que o Governo não tenha “um único documento jurídico” que sustente o despedimento de Christine Ourmières-Widener.
Por sua vez, o líder da IL, Rui Rocha, considerou que os ministros Ana Catarina Mendes e Fernando Medina têm “versões absolutamente incompatíveis” sobre a existência de um parecer que sustente o despedimento da CEO e do ‘chairman’ da TAP, o que disse comprovar que “um deles está a mentir ao país”.
“Os ministros não têm já capacidade sequer de se coordenarem entre si e de apresentarem versões minimamente coerentes dos factos, há um completo descontrolo naquilo que é o Governo da República portuguesa neste momento”, frisou, pedindo ao primeiro-ministro que “fale com os seus ministros” e “venha dizer ao país qual dos ministros está a mentir”.
Pelo BE, Mariana Mortágua defendeu que, mais do que uma “decisão ponderada e preparada”, a demissão de Christine Ourmières-Widener e de Manuel Beja foi “mais um momento de guerra interna do PS, que não defendeu o interesse do país”.
Para a deputada do BE, houve “ministras que mentiram” neste caso, referindo-se a Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, “porque disseram ao país que não podiam divulgar um parecer que não existe”.