Porto: Governante diz que trânsito na VCI resolve-se com transporte público e desincentivo à utilização dos carros como meio de locomoção

O secretário de Estado Adjunto e das Infraestructuras, Frederico Francisco, considera que o problema do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, só se resolve com recurso ao transporte público e desincentivo ao automóvel.

“Isto é uma coisa que está estudada internacionalmente, e há inúmeros exemplos a nível internacional, e é preciso actuar das duas formas em simultâneo: reforçar a oferta de transportes públicos e também reduzir a capacidade, e reduzir e desincentivar o próprio tráfego rodoviário”, disse Frederico Francisco.

Para o governante, em fim de funções, essa é “a única forma de se contribuir para o descongestionamento da VCI”.

Questionado após a assinatura do protocolo de reabertura da Linha de Leixões, circular ferroviária do Porto que poderá ser uma das alternativas ao trânsito da VCI, Frederico Francisco considerou que “todo e qualquer investimento nos transportes públicos na Área Metropolitana do Porto (AMP), em particular no acesso à cidade do Porto, ou às imediações da cidade do Porto, contribui e ajuda a descongestionar a VCI”.

O novo serviço ferroviário operará, em Dezembro, entre Porto-Campanhã e Leça do Balio, estando numa primeira fase previstos até dois comboios por hora que servirão as paragens de Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (novo apeadeiro), São Mamede de Infesta, Arroteia (novo apeadeiro junto à Efacec) e Leça do Balio, partindo de Ovar ou de Campanhã.

Acrescentou ainda que “a VCI é uma estrada que tem problemas próprios” e “não tem um perfil que é adequado à sua proximidade ao centro da cidade do Porto”, sendo “um caso clássico” em que “a via será sempre ocupada até estar congestionada”.

Para o secretário de Estado, se se “acrescentar capacidade na rede rodoviária, em especial perto do centro, essa capacidade vai sempre ser esgotada porque está limitada, desde logo, pela capacidade dos arruamentos da cidade do Porto”.

“Não há como contornar isso”, vincou.

Em Fevereiro, o actual Governo remeteu para um próximo executivo as decisões sobre a reordenação do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI) e vias adjacentes, após confirmar que o presidente da Câmara do Porto defendeu estarem reunidas as condições para as tomar.

Também em Fevereiro e em esclarecimentos à Lusa, a Secretaria do Estado disse que o presidente da Câmara Municipal do Porto acreditava estarem “reunidas as condições para se avançar com as alterações na VCI” contudo, “a decisão de implementação, ou não, (…) deverá ser tomada pelo próximo Governo”.