Surto de hepatite aguda infantil é tema urgente
O surto de hepatite aguda infantil verificado em vários países europeus é uma situação “muito urgente” a que a Organização Mundial de Saúde está a dar prioridade, afirmou o director regional para emergências daquela agência.
“É muito urgente. Estamos a dar prioridade absoluta a isto e a trabalhar de muito perto com o Centro Europeu de Controlo de Doenças e com o Reino Unido, onde está a grande maioria dos casos”, disse aos jornalistas Gerald Rockenschaub à margem de um encontro com as autoridades de saúde portuguesas no Infarmed, em Lisboa.
O responsável da OMS Europa para as situações de emergência salientou que as autoridades de saúde britânicas, onde se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral activos.
O surto “de origem desconhecido” foi anunciado pela OMS a 15 de Abril e afecta crianças com idades entre um e 16 meses, com inflamação do fígado e “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.
Pelo menos uma criança morreu e em cerca de 10% dos casos foi preciso fazer um transplante de fígado.
“Até agora, não é totalmente claro o que provoca a doença. Há indicação de que um adenovírus possa ser responsável, mas estamos a trabalhar com outros países afectados para recolher informação, avançar na investigação e chegar rapidamente ao fundo isto é tomar medidas para evitar mais contágios”, declarou Gerald Rockenschaub, director da OMS.
A OMS está a receber relatos de mais casos em países para além do Reino Unido, que “ativaram os seus mecanismos de vigilância para identificar especificamente casos destes”, acrescentou.
O Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças já apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.
A Direção-Geral da Saúde anunciou a criação de uma ‘task force’ de “acompanhamento e atualização” do surto mundial de hepatite aguda em crianças. Além da região europeia, foram também detectados casos nos Estados Unidos da América.