A vida

por Luis Pires

Não sei quem escreveu mas é uma verdade que se aplica a muitos de nós certamente! Será o seu caso?

Se observamos com cuidado, podemos detectar a aparição de uma nova faixa social que não existia antes. Pessoas que hoje têm entre sessenta e oitenta anos. A esse grupo pertence uma geração que expulsou da terminologia a palavra envelhecer, porque simplesmente não têm nos seus planos actuais a possibilidade de o fazer.
É uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao surgimento da adolescência; na época, que também era uma nova faixa social, que surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças a surgir em corpos adultos, que não sabiam, até então, para onde ir ou como se vestir.
Este novo grupo humano, que hoje tem cerca de sessenta, setenta ou 80 anos, levou uma vida razoavelmente satisfatória. São homens e mulheres independentes que trabalharam durante muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio de tanta literatura esquerdista.
Longe dos tristes escritórios, muitos deles procuraram e encontraram, há muito tempo, a actividade que mais gostavam e na qual ganham a vida.
Alguns nem sonham em se aposentar. Aqueles que já se aposentaram desfrutam dos seus dias, sem medo da solidão, crescem internamente. Desfrutam do tempo livre, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, carências, esforços e eventos fortuitos, vale bem a pena contemplar o mar, a serra e o céu.
Mas algumas coisas já sabemos que, por exemplo, não são pessoas paradas no tempo. Pessoas de sessenta, setenta ou oitenta, homens e mulheres, operam um computador como se tivessem feito isso durante toda a vida.

Hoje, pessoas de 60, 70 ou 80 anos, como é seu costume, estão numa idade que AINDA NÃO TEM NOME. Antes, os que tinham essa idade, eram velhos e hoje não são… hoje estão física e intelectualmente bem, lembram-se da sua juventude, mas sem nostalgia, porque a juventude também é cheia de quedas e nostalgias e eles bem sabem disso.