Açores. Carnaval da Terceira vai candidatar-se a património da UNESCO

O Governo Regional dos Açores, os municípios da ilha Terceira e o Museu do Carnaval da ilha estão a preparar, em conjunto, uma candidatura do Carnaval da ilha Terceira a património mundial da UNESCO.

“Eu gostaria de ver isto como uma candidatura da própria ilha, aqui representada pelas duas autarquias e pela direcção regional da Cultura, porque é algo que está muito para além de cada um dos concelhos e que tem um interesse superior até ao regional. Só isso é que justifica que se vá pedir a nível mundial esse reconhecimento”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Álamo Meneses.

As danças, bailinhos e comédias de Carnaval da ilha Terceira integram desde 2020 o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal.

As manifestações de teatro popular, com crítica social, juntam centenas de músicos e actores amadores, que actuam, de forma gratuita, entre o sábado e a terça-feira de Carnaval, em mais de 30 salas de espetáculos da ilha.

As diferentes entidades já se reuniram várias vezes, informalmente, para dar mais um passo na  formalização da candidatura à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mas esta ainda não tem data para ser apresentada.

Para a directora regional da Cultura, as danças e bailinhos têm “uma riqueza que extravasa em muito os dois concelhos, a ilha e a região” e, por isso, devem ter um “reconhecimento a nível internacional”.

“Faz parte da nossa matriz identitária. O Carnaval da ilha Terceira é muito rico, é dos eventos culturais mais completos e tem realmente uma história que precisa de ser contada e preservada, acima de tudo, para as gerações vindouras”, salientou.

A presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória defendeu que o reconhecimento “dará uma projecção muito grande” não só ao concelho, que acolhe o Museu do Carnaval, mas à ilha.