AÇORES. Romeiros de São Miguel passam a fazer parte do Inventário do Património Cultural Imaterial
A tradição religiosa dos romeiros de São Miguel, nos Açores, foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, destacando a relevância cultural, histórica e identitária das romarias quaresmais.
A inscrição foi aprovada pelo instituto público Património Cultural, segundo despacho de 26 de Março de 2025, publicado recentemente no Diário da República.
No documento, é referida a importância dessa manifestação enquanto prática religiosa “identitária da população da ilha de São Miguel”, nomeadamente para os vários ranchos de romeiros que existem e que se “estendem a outras ilhas do arquipélago dos Açores”.
Neste registo, foram também consideradas “as dinâmicas de que são hoje objecto as romarias quaresmais de São Miguel e os modos em que se processa a sua transmissão intergeracional, com forte presença das comunidades”, segundo refere uma nota de imprensa do instituto.
Também denominada de romarias quaresmais – outrora designada por Visita às Casinhas de Nossa Senhora – a manifestação constitui “um fenómeno etnográfico de grande interesse, pela originalidade de certos elementos que lhe são inerentes, bem como pela sua persistência ao longo dos séculos”.
O instituto público destaca também “o espírito de união e fraternidade” do percurso dos romeiros nas estradas de São Miguel, uma manifestação que é hoje reconhecida como “um fenómeno ímpar do património cultural e religioso da Região Autónoma dos Açores”, que “também já se realiza nas ilhas Terceira, Graciosa e Santa Maria, assim como na diáspora (Canadá e Estados Unidos da América)”.
São também de realçar as romarias infantojuvenis realizadas por escolas, com um percurso que dura uma tarde, e as romarias femininas das ilhas de São Miguel e Terceira, que desde 2004 fazem um dia de caminhada.