Agricultores franceses bloqueiam estradas e cercam Paris, enquanto Macron se encontra em Bruxelas, procurando dar respostas aos mesmos
Os agricultores franceses entraram na segunda semana de protestos com o bloqueio de oito autoestradas em Île-de-France, a região da capital francesa. O governo e presidência desdobram-se em iniciativas para a- placarem a fúria de um setor em crise, o que inclui um encontro do presidente Emmanuel Macron com a presidente da Comissão Europeia Ursula Von Der Leyen sobre o tema, à margem do próxima cimeira europeia, na quinta-feira, e novas medidas a anunciar na terça-feira pelo primeiro-ministro, Gabriel Attal.
O protesto dos agricultores irrompeu no sudoeste, mas tornou-se entretanto num movimento nacional que está a ameaçar estrangular as entradas de Paris, bem como o mercado de Rungis, considerado o maior do mundo, além de ações locais como, por exemplo, o bloqueio do porto de La Pallice (oeste), ponto vital de transporte de cereais, e uma fábrica de manteiga do grupo Lactalis no departamento da Mancha (noroeste). Depois de a federação de sindicatos do sector agrícola e o sindicato dos jovens agricultores terem anunciado um “cerco” por tempo indeterminado a Paris, centenas de tratores e de outros veículos ficaram parados em oito autoestradas, o que levou a mais de cem quilómetros de filas à volta da capital na hora de ponta.
Depois do movimento dos coletes amarelos, o presidente Emmanuel Macron não estará interessado em mais um braço-de-ferro que ameace a paz social, em especial a seis meses do início dos Jogos Olímpicos. Gabriel Attal tentou desinflar a crise na sexta-feira passada, ao ceder nalguns pontos do caderno reivindicativo dos agricultores: fim do aumento da taxa do gasóleo agrícola, medidas de simplificação burocrática e o respeito, por parte dos grupos industriais e de distribuição, da lei Egalim.
Esta lei visa oferecer aos agricultores um rendimento estável e que tenham poder nas negociações, mas estes queixam-se de que a mesma não é aplicada, e não só no que se refere aos termos da compra e venda.
Attal recebeu na noite de segunda-feira os representantes dos sindicatos que se dizem insatisfeitos com as “pequenas medidas” do governo.