Bolieiro confirma demissões de directores hospitalares

O presidente do Governo dos Açores confirmou na quarta-feira a demissão dos 10 chefes do serviço de urgência do hospital de Ponta Delgada, mas garantiu que “as escalas de urgências dos três hospitais” estão asseguradas na próxima semana.

Numa conferência de imprensa no Palácio de Sant’Ana, sede da presidência do Governo Regional, em Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro revelou que foi aberto um “protocolo negocial” com os sindicatos médicos devido às reivindicações dos profissionais, nomeadamente quanto a horas extraordinárias, e acrescentou que os conselhos de administração dos três hospitais da região (Ponta Delgada, Horta e Angra do Heroísmo) garantiram que as escalas de urgência “da primeira semana de Dezembro estão asseguradas”.

Quanto ao protocolo negocial aberto na terça- feira numa reunião entre o presidente do executivo e os sindicatos, Bolieiro explicou que será “abrangente”, envolvendo várias questões, e adiantou que a primeira ronda negocial está marcada para quarta-feira, 07 de Dezembro, na ilha Terceira, no gabinete do secretário regional da Saúde. Os 10 chefes de equipa do Serviço de Urgência do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “pediram a demissão” por considerarem “não estarem reunidas as condições mínimas para que sejam prestados os melhores cuidados aos utentes” que recorrem à urgência daquela unidade de saúde.
Há duas semanas, cerca de 400 médicos manifestaram indisponibilidade para fazer mais do que as 150 horas de trabalho extraordinário obrigatórias por lei, reclamando um pedido de desculpas do vice-presidente do executivo de coligação PSD/CDS- PP/PPM.

Artur Lima afirmou na altura que não teve “intenção de ofender os médicos” nas declarações feitas sobre o trabalho extraordinário, após ter sido criticado no parlamento regional. O vice-presidente tinha afirmado em 11 de Novembro que os médicos “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados.