CALIFÓRNIA | Filarmónica do Chino Valley DES celebra 39 anos de actividade
A Filarmónica do Chino Valley DES, na Califórnia, celebrou recentemente o seu 39.º aniversário, com um programa que reuniu música, tradição e espírito comunitário. O evento reafirmou o papel essencial das filarmónicas na vida das comunidades portuguesas nos Estados Unidos.
A celebração teve início com a participação da banda na missa dominical na Igreja Saint Elizabeth Seton, em Ontario, marcando simbolicamente a importância da música nas práticas religiosas e culturais da diáspora. Após a cerimónia, os músicos deslocaram-se para o salão do Chino Valley DES, onde decorreu uma procissão em volta do quarteirão.
O almoço reuniu mais de uma centena de pessoas, seguido de um concerto para familiares e membros da comunidade. Apesar da presença de um número reduzido de participantes – maioritariamente de meia idade ou mais – o evento foi marcado por um ambiente de partilha e reconhecimento ao trabalho da filarmónica.
O presidente do Chino Valley DES, Marco Rocha, afirmou ao jornal LUSO-AMERICANO: “Foi uma festa boa, importante para reconhecer cada músico pela sua dedicação e sacrifício nos ensaios. Todos merecem o nosso agradecimento por fazerem parte da filarmónica. Embora esperássemos mais público, os presentes mostraram o seu apoio – e também representaram os ausentes.”
Já António Dutra, músico veterano, destacou: “Apesar de sermos poucos, somos bons. Acredito que a juventude que está agora nos seus vinte anos vai continuar esta tradição. Com 66 anos, continuo a dar o meu contributo para que a filarmónica não pare.”
Shelly Melo, actual assistente do mestre da banda, contou ter-se apaixonado pela música desde a quarta classe. Tornou-se membro da filarmónica de Artesia no ano 2000 com o objectivo de se aproximar das suas raízes portuguesas.
“Aqui estamos, 25 anos depois”, disse Shelly, que começou como professora de matemática e hoje ensina música, além de integrar a banda do Chino DES.
O mestre da banda, David Borges, partilhou o seu apreço pelo papel de músico, embora desempenhe também a função de líder: “Prefiro ser músico, mas até que alguém queira assumir esta posição, continuarei.”
Agradeceu ainda a todos os músicos pela disponibilidade e dedicação, tanto nos ensaios como nas deslocações a outras comunidades.
Durante a cerimónia, foram feitos agradecimentos especiais a José Coelho, membro reformado que colaborou na organização da festa, e a Aníbal do Campo, antigo mestre da filarmónica, que se despediu este ano como músico activo. Foi Aníbal quem levou a banda a actuar em Portugal, nomeadamente na região do Minho, sua terra natal.
A Filarmónica do Chino Valley DES já representou a comunidade em vários eventos importantes, incluindo as festas Sanjoaninas na ilha Terceira, nos Açores, levando consigo a tradição e a música portuguesa além-fronteiras.

