Caos no Capitólio

Foi o caos no Capitólio com uma invasão foi altamente disruptiva que atrasou por várias horas o processo de confirmação oficial de Joe Biden como o novo presidente que venceu as eleições de 3 de Novembro.Com 52 manifestantes detidos até agora, incluindo 47 por entrada ilegal e violação da lei do recolher obrigatório, que às 18 horas estava em vigor em Washington por ordem do mayor, as forças de segurança estão a ser altamente criticadas pela sua fraca abordagem à situação e pela atitude de passividade para com os invasores. Especialistas legais e em segurança dizem ao jornal “The Washington Post” terem ficado perplexos com as tácticas que a polícia usou quando a multidão já estava dentro do Capitólio.


“Polícias muito passivos”
Fotos e vídeos da ocupação mostram agora polícias que se afastavam à passagem de manifestantes armados com bandeiras e paus (alguns empunhavam o estandarte pró-blue lives, de apoio à polícia, em que a bandeira dos EUA tem só as cores azul, preto e branco), observando a desordem ao invés de a travarem; pelo menos um polícia tirou uma selfie com manifestantes no interior do Capitólio; e outros polícias foram vistos a dar a mão aos invasores para os ajudarem a ultrapassar barreiras ou subir as escadas cujo acesso está proibido ao público. “Foi como assistir a um filme de terror da vida real. Quer dizer, treinamos, planeámos e orçamentamos todos os dias, basicamente, para que isto nunca aconteça “, disse ao “The Washington Post” Kim Dine, que foi chefe da Polícia do Capitólio de 2012 a 2016. “Não consigo entender como foi possível isto acontecer”. Kim Dine disse ainda ter ficado surpreendido ao ver que, na quarta-feira, a Polícia do Capitólio permitiu que tantos manifestantes se reunissem tão perto do edifício histórico, apossando-se dos degraus do Capitólio, e que, uma vez forçada a entrada e violada a segurança, os manifestantes não tenham sido presos imediatamente. “Protegemos as pessoas, o lugar e o processo democrático que faz de nós os Estados Unidos. É por isso que estamos lá “, disse o ex-chefe da Polícia. “Mas, neste triste dia, as pessoas, o lugar, o processo, tudo isto foi atacado”.

Cinco mortos no Capitólio

Pelo menos cinco pessoas morreram em Washington, na invasão do Capitólio por apoiantes de Donald Trump. Uma mulher foi alvejada no interior do edifício e três pessoas morreram no hospital.

Uma mulher morreu, depois de ter sido alvejada no interior do Capitólio, tinha já avançado a agência de notícias Associated Press. A polícia da capital dos Estados Unidos, que usou armas de fogo para proteger os congressistas, adiantou agora que mais quatro pessoas morreram no hospital. Pelo menos 14 polícias ficaram feridos, um deles em estado grave, tendo sido efectuadas mais de meia centena de detenções, sendo que cerca de 30 aconteceram por violação do recolher obrigatório, acrescentaram as autoridades. A polícia também deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante as horas de ocupação do edifício do Capitólio.

Mulher que morreu no Capitólio era da Força Aérea  e fervorosa apoiante de Trump

Ashli Babbitt, segundo a Sky News, era natural de San Diego, no Sul da Califórnia, e cumpriu quatro missões enquanto esteve na Força Aérea americana. Horas antes da morte, Ashli colocou uma mensagem na rede social Twitter onde escreveu que “nada” seria capaz de impedir a “invasão”. Num outro post colocado no Twitter escreveu: “Nada nos vai parar. Eles podem tentar, tentar e tentar mas a tempestade está aqui e está a abater-se sobre DC nas próximas 24 horas. Vamos da escuridão para a luz!.” Em declarações a uma estação de televisão de San Diego, a KUSI, o marido confirmou que a mulher morreu durante a invasão e confirmou que era uma veterana da Força Aérea. Já a sogra, citada pela imprensa norte-americana, lamentou que se tivesse envolvido nos protestos: “Não compreendo porque é que ela decidiu fazer isto. Estou arrasada. Ninguém notificou o meu filho e soubemos pela televisão.” Já o cunhado, Justin Jackson, disse à NBC 7 que tinha entrado em contacto com a polícia de Washington, mas que não lhe contaram exactamente o que tinha acontecido. “Ashli era leal e também extremamente apaixonada pelo que acreditava. Ela amava este país e sentia-se honrada por ter servido as nossas Forças Armadas.” Ashli Babbitt foi alvejada no início da quarta-feira quando a multidão tentou arrombar uma porta barricada no Capitólio, onde a polícia estava armada do outro lado. A mulher foi hospitalizada com um ferimento de bala e morreu mais tarde. O vídeo do momento em que foi alvejada está disponível no twitter e em vários sites noticiosos norte-americanos, caso da Sky News.