Carlos Cordeiro e a nossa Diáspora

Por DINIZ BORGES

AS ELEIÇÕES NOS AÇORES

Os açorianos vão às urnas a 25 de outubro. A campanha eleitoral está no seu auge. O ato eleitoral na Região para os seus próprios órgãos autonómicos é extremamente importante e apesar da distância geográfica, a diáspora açoriana espalhada pelo hemisfério americano, particularmente as comunidades dos Estados Unidos e do Canadá vivem as eleições e compreendem a relevância da nossa autonomia, os benefícios que tem trazido à Região e à Diáspora.

A pluralidade do sistema açoriano, tal como o nacional e até europeu, permite uma amálgama de candidatos de várias forças políticas que concorrem num ambiente de civismo e responsabilidade que deveria ser lição para as campanhas nos Estados Unidos, cada vez mais nocivas e desgastantes. De todos os espaços da esfera política há candidatos e programas eleitorais. Isso é muito bom para a democracia. Apesar da bipolaridade PS-PSD, os partidos mais à esquerda, ou à direita, também têm o seu espaço e amplificam o debate e as ideias. É bom ver a democracia açoriana a respirar fundo e a ser interpretada dentro de várias ideologias. A democracia não pode estar refém de uma ou duas únicas forças políticas. O bipartidarismo americano é exemplo dessa clausura.

Mas este ato eleitoral nos Açores, particularmente em tempos de pandemia, é seguido, como se disse, pela Diáspora. As comunidades, graças às novas tecnologias, nunca tiveram oportunidade para estarem tão próximas da realidade açoriana. E seguem-na, à sua maneira – mas seguem. Não votamos nas eleições, mas acompanhamos e estamos conscientes dos desafios que a sociedade açoriana enfrenta. Preocupamo-nos com a Região. Os Açores serão sempre as nossas ilhas, mesmo para quem as vive pelas histórias dos pais ou avós.

Neste ato eleitoral, se a diáspora votasse, Vasco Cordeiro seria, inequivocamente, o vencedor. Ao longo de dois mandatos o actual Presidente do Governo, soube cultivar as nossas comunidades. As suas viagens foram sempre motivo de encontro da grande família açoriana. Em todos os seus contactos com as nossas comunidades soube estar com as pessoas, soube ouvi-las e soube transmitir-lhes que os novos Açores são mais Açores com as suas comunidades. Que a dimensão arquipelágica é mais universal com a nossa Diáspora. Nos seus encontros com a nossa gente açoriana, dos emigrantes às gerações mais afastadas, nunca fugiu a questões pertinentes e bicudas, como a SATA, que é quase sempre tema das visitas de entidades públicas às comunidades, ou a defesa da Base das Lajes. Vasco Cordeiro é frontal e genuíno. A sua presença nas nossas comunidades, pelo seu empenho e a sua autenticidade, gira confiança. É altamente respeitado pelos políticos açor-descendentes e pelas entidades americanas, onde residem as nossas comunidades. Aliás, tem dado ênfase aos encontros com as entidades americanas das regiões onde vivem as nossas comunidades, e isso é uma mais valia. O diálogo com a América das nossas comunidades é importante para os Açores e para o país. É imperativo que as entidades diplomáticas portuguesas entendam que nos Estados Unidos a política externa portuguesa passa pelos Açores. Mais, em ano de pandemia, a sua defesa pelos Açores foi vista, sentida e apreciada pelos emigrantes e seus descendentes.

Há cerca de um ano e meio Vasco Cordeiro fez uma viagem à comunidade da Califórnia e em Fresno, no centro do estado, inaugurou o Instituto Português Além-Fronteiras (Portuguese Beyond Borders Institute-PBBI) da Universidade da Califórnia em Fresno. Fez ainda a conferência inaugural do Instituto. Lá estavam mais de 300 pessoas. No fim da sua alocução, seguida por um espaço para perguntas da audiência que respondeu com desassombro, ainda encontrou tempo para fotografias e conversa. No fim da noite, um açor-descendente de terceira geração, que tinha viajado mais de uma hora e meia para ver e ouvir o Presidente do Governo da Região Autónoma dos Açores, cumprimentou-me e disse-me em inglês: “Nunca estive nos Açores. O meu avô emigrou em 1897, mas eu sou açoriano. Tenho muito orgulho em ter ouvido e conhecido o Presidente Cordeiro. Vejo que é um homem bom. Tenho muito orgulho em tê-lo como o meu Presidente.” Também eu, respondi.

Não é exagero dizer-se que se a diáspora votasse, votaria em Vasco Cordeiro.