Castelo Branco: Associação prevê mais azeite na Beira Interior este ano
A Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) prevê que este seja um ano médio de produção e que haverá mais azeitona do que em 2023.
O presidente João Pereira, considerou ser prematuro apontar para números, uma vez que a combinação das temperaturas que se têm registado e da humidade é propícia ao aparecimento de pragas e, por isso, muitos lagares, especialmente no sul da Beira Interior, estão a antecipar a entrega da azeitona, para evitar os danos.
“Queremos que a azeitona venha sã para os lagares”, referiu.
De acordo com o presidente da APABI, com sede em Castelo Branco, antecipar a campanha é uma forma de aumentar a probabilidade de a azeitona dar entrada nos lagares “isenta de praga, isenta de doenças”, sem que haja “uma grande evolução da praga, neste caso da mosca da azeitona”.
João Pereira adiantou que alguns lagares já estão a laborar e que outros vão abrir até ao início de Novembro para as oliveiras poderem ser colhidas “o mais cedo possível”.
O presidente da entidade que representa cerca de 50 lagares nos distritos de Castelo Branco e da Guarda salientou que os olivais da região são na esmagadora maioria de sequeiro, “é um olival tradicional, dependente da mãe natureza”, face aos poucos olivais “mais empresariais, com tratamentos e com rega”.
O responsável considerou muito prematuro fazer uma previsão quando não se controlam os factores, como a água.
“Os últimos quatro, cinco anos, foram anos de seca severa e sentimos que as oliveiras ainda se estão a ressentir deste jejum muito elevado de água. Felizmente, este ano foi um ano mais chuvoso e esperemos que haja maior quantidade de azeitona face àquilo que se passou nos últimos anos, que foram anos de muito pouca produção”, antecipou.
João Pereira frisou ainda que, só depois de os lagares começarem a receber a azeitona e a associação ter a indicação desse volume, é que poderá apresentar um número mais estabilizado da produção.
Na Beira Interior a campanha pode ir até ao final de Dezembro e, nos locais mais frios, como é o caso da zona mais a norte, “pode entrar pelo mês de Janeiro”.