Comunidades portuguesas na Califórnia celebram o Carnaval

As comunidades portuguesas em Artesia e Chino celebraram o Carnaval com onze danças carnavalescas espalhadas pelo estado de Califórnia. Na semana passada, mais concretamente na sexta-feira, foram realizadas  três dessas danças, no Chino: uma pelas crianças, outra pelas Raparigas do Chino, e por fim, pelos Rapazes do Chino.

Sábado foi a vez de Artesia.

 O grupo de Crianças do Chino contava com 27 elementos no total, com o mais novo elemento com quatro anos, e o mais velho, catorze. O tema da sua dança era “O que a canalha se inquieta”, onde os  pequenos jovens se queixavam dos seus pais, que os integravam nas  nas danças, enquanto os mesmos descansavam em casa a ver a televisão. 

Este arrancou muitas gargalhadas ao público, graças ao facto destas crianças, já a terceira ge-ração, falarem português, língua dos seus avós. 

A dança das Raparigas do Chino tinha como te-ma “A mentira”; e o grupo dos Rapazes, o assunto “Isto é uma excomunhão que pode ser”. 

Estes dois grupos abrilhantaram o salão não só pelas suas danças e as-suntos, mas também pe-las suas belíssimas vozes, destacando de entre as restantes actuações e pessoas, Diana Sales e Abel Dutra.

O grupo Sem Fronteiras, este ano muito maior do que o ano passado, conta com membros do Vale de São Joaquim, São José, e São Leandro. Liderado por Kevin Coelho, teve como assunto a “Máquina Infernal”. 

O grupo de Hilmar levou os presentes aos aplausos graças à sua “Revista à Portuguesa”, repleta de belas vozes femininas. 

“Quem não pode não se meta” foi o tema do bailinho de senhoras do Grupo Sonhos Carnavalescos de Tulare; já o  “Consultas sabedores” foi apresentada pelo Grupo Bailinho Deles, de San Matrin.

O Grupo Açoreano de Tulare, apresentou com as suas 27 crianças a dança “Uma escola de dançarinos”.

A mestre deste grupo há já 14 anos, Addison Capote, está envolvida nele desde os seis anos. Ao Luso-Americano, explicou que as idades variam muito dentro do grupo: “O jovem mais novo tem oito anos e o mais velho dezassete”. 

“Eu cresci envolvida nas danças com os pais e assim sigo. Gosto muito das danças. Pois faz parte de quem sou”, confessou.

Addison  acrescentou que ainda não fala muito português, mas o seu envolvimento ajuda-a a falar com os seus avós.

 O Grupo Açoreano de Tulare apresentou a-inda a dança pandereta com 19 membros em palco, e com o assunto “Quem tudo quer, tudo perde”, estando relacionado com o tema tão actual dos scams

Os grupo Carnavalesco de Tulare apresentou ainda: “Será rapaz ou rapariga”, um bailinho de senhoras; e “20 anos depois”.

Hélio Simões Jr., Pre-sidente do salão do Chino, ficou agradecido a todos os oito grupos que ali se apresentaram no palco. 

São estes grupos que mantêm estes salões abertos, com a muita alegria que dão ao povo,  especialmente por manterem vivas as tradições açoreanas fora dos Açores.

“Gostava de agradecer o meu pai por ser o MC e por ele me ensinar o que são Danças Carnavalescas Açoreanas, como se dança na Terceira. Quando ele era jovem, era Mestre de danças de Espada, e eu no mesmo palco fui Mestre de Pandeireta com os grupos da Jornada Regional do Chino”, terminou dizendo.

São nestes grupos que cantam que se vê e se ouve as belas vozes deles e delas, dignos de lhes atribuir o nome de belos artistas. Viva o Carnaval! 

Foram vinte e sete jovens pertencentes ao Grupo Açoreanos de Tulare que subiram ao palco nesse dia para apresentar “Uma escola de dançarinos”
Aspecto da apresentação do grupo Carnavalesco de Hilmar, com a “Revista à Portuguesa”
Outro aspecto de uma apresentação
Addison Capote, mestre do bailinho de jovens de Tulare, está envolvida nas danças desde os seis anos