DANIEL CARVALHO: O GUARDA-COSTAS PORTUGUÊS DO GOVERNADOR DE CONNECTICUT
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
É de origem portuguesa um dos ‘state troopers’ que garante como guarda-costas a segurança do governador do estado norte-americano de Connecticut, Ned Lamont. Daniel Carvalho, de 38 anos de idade e natural de Waterbury, CT, assumiu funções junto do círculo próximo de segurança pessoal de Lamont há 3 anos, por sugestão do hoje Major (e também luso-descendente) Jack Gonçalves.
“Estava já há quatro anos na Polícia Estadual quando o Major Jack Gonçalves, de quem tenho o privilégio de ser amigo, me perguntou se estaria interessado em integrar a equipa de segurança pessoal do governador”, conta Daniel Carvalho, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Depois de ter consultado a minha mulher e a minha família, resolvi aceitar o desafio e aqui estou.”
🌐O GOVERNADOR LAMONT SABE DAS ORIGENS PORTUGUESAS DO SEU GUARDA-COSTAS
Carvalho reconhece ser “uma enorme responsabilidade garantir a protecção e o bem-estar não apenas do cidadão mais importante do estado, como da sua família imediata. Por outro lado”, acrescenta, “também depositam em nós muita confiança, uma vez que todas as conversas que possamos testemunhar são de natureza privada e confidencial e não podem ser reveladas. Como guarda-costas, sabemos que temos uma missão a cumprir e um código de conduta a seguir.”
Como parte integrante da equipa de segurança do governador, Daniel Carvalho teve já oportunidade de conhecer “múltiplas” figuras da esfera política, de governadores a membros do governo – “uma vez que onde o governador vai, nós vamos também.”
O governador Ned Lamont “é uma pessoa que se preocupa com os que estão em seu redor e não só”, nota o ‘state trooper’, “e sabe aliás que sou filho de portugueses porque ele próprio me perguntou e mostrou interesse em aspectos da cultura lusa. Devo acrescentar que é uma pessoa que aposta nas relações humanas e de quem tenho muita honra de servir.”
🌐CRESCEU ENTRE O EIXO WATERBURY-NAUGATUCK
Os pais de Daniel, Abílio e Filomena Carvalho, emigraram do concelho de Ourém, Região das Beiras para Connecticut (a mãe nasceu em Freixianda e o pai em Casais de Vento); o ‘state trooper’ cresceu no eixo Waterbury-Naugatuck, onde completou o liceu. Por influência de um primo que se tornara polícia, resolveu abraçar também carreira nas forças de segurança e, em 2008, tornava-se agente na cidade de Torrington, CT. Seis anos depois transitava para a Connecticut State Police, onde, afecto à Troop A, começou por fazer patrulha nas auto-estradas e em alguns municípios.
“Como agentes da lei e da ordem, tentamos todos fazer o nosso melhor e, na qualidade de ‘state trooper’, aplica-se ainda um padrão creio que mais elevado”, refere. “Temos de respeitar toda a gente e seguir os procedimentos e normas estabelecidos, estejamos ou não de farda ou de serviço. Temos de nos comportar com todo o rigor, verdade e transparência.”
🌐UMA CARREIRA DE SACRIFÍCIOS E OPORTUNIDADES
Daniel Carvalho teve uma infância e adolescência tipicamente portuguesas. “Em nossa casa sempre se falou português e nos respeitámos uns aos outros”, recorda o ‘state trooper’. “Todos os anos íamos de férias a Portugal – aliás, levámos lá as nossas filhas recentemente e elas adoraram. É um país que tenho muito orgulho sempre em visitar e do qual tenho saudades.”
Carvalho, que gostava de subir na hierarquia da Polícia Estadual, diz ter profunda gratidão pela confiança nele depositada tanto pelo Major Jack Gonçalves como pelo Coronel Stavros Mellekas, que chefia esta força de segurança. “A quem quiser seguir esta carreira, importa lembrar que é um caminho que se faz com muitos sacrifícios – por vezes não temos nem natais nem podemos estar em festas de aniversário dos nossos entes queridos. Mas é uma profissão muito nobre onde se ajuda o próximo e, apesar de se trabalhar arduamente, oferece oportunidades inesgotáveis.”