DIABETES: Fármaco pode baixar triglicerídeos e reduzir hospitalizações
Uma equipa de cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) confirmou que um fármaco usado para baixar os níveis de triglicerídeos pode reduzir as hospitalizações por insuficiência cardíaca em diabéticos.
Em causa está o fenofibrato, um fármaco usado para baixar os níveis de triglicerídeos no sangue, e um estudo que junta dados de mais de 5 mil doentes.
“Este estudo sugere que o fenofibrato pode ser usado para prevenir a insuficiência cardíaca em pessoas com diabetes de tipo 2. Contudo, mais estudos são necessários antes de estes resultados serem aplicados à prática clínica”, referem os autores, citados em informação da FMUP enviada à agência Lusa.
Os investigadores analisaram 5.518 doentes com diabetes tipo 2, uma doença associada ao aumento do risco de desenvolver insuficiência cardíaca e de morte por causas cardiovasculares.
A maioria dos doentes (69%) analisados era do sexo masculino com uma média de idades de 62 anos.
De acordo com a informação da FMUP, os doentes estudados tinham sido incluídos “num grande ensaio clínico que testou a hipótese de combinar medicamentos para controlo dos níveis de gordura no sangue com o objectivo de prevenir problemas cardíacos em doentes de alto risco”.
Um dos resultados do estudo indica que o grupo dos doentes medicados com fenofibrato (fármaco usado para reduzir os níveis de triglicerídeos no sangue) em associação com uma estatina (fármaco usado para reduzir os níveis de colesterol no sangue) registou “menos primeiras hospitalizações por insuficiência cardíaca ou morte de causa cardiovascular do que os doentes medicados com estatina em associação com placebo”.
Os cientistas apontam que “este efeito benéfico do fenofibrato associado a estatina foi mais importante entre os doentes com diabetes que estavam a seguir uma estratégia padrão para a redução da glicose [açúcar no sangue] em comparação com o que faziam uma estratégia mais intensiva”.
Coordenado pelo investigador da FMUP, João Pedro Ferreira, os resultados foram publicados na revista científica Diabetes Care, da American Diabetes Association.