ELIZABETH, NJ: RANCHO FOLCLÓRICO ‘DANÇAS E CANTARES DE PORTUGAL’ TEM NOVA LIDERANÇA
• Por HENRIQUE MANO | Elizabeth, NJ
O Rancho Folclórico ‘Danças e Cantares de Portugal’, afiliado ao Portuguese Instructive Social Club (PISC) da cidade de Elizabeth, estado de New Jersey, tem nova liderança.
O grupo conta agora com Linda Amador como directora e Diego Lopes no papel de ensaiador principal – em substituição de Elizabeth e Kyle Pereira, que desempenharam aqueles cargos durante alguns anos e avançaram para outros projectos.






Vale acrescentar que, a auxiliar a dupla como ensaiadoras-assistentes, estão Kathy Simões e Catarina Amador.
O ‘Danças e Cantares de Portugal’, que este ano comemorou o seu 47.º aniversário (o que faz dele um dos grupos etnográficos portugueses mais antigos da Costa Leste), aposta fortemente na sua componente infantil, tendo actualmente cerca de 30 pares de crianças e outros vinte elementos adultos.
Os seus ensaios decorrem às sextas-feiras no salão nobre do PISC, a partir das 9:00 da noite.
De acordo com a sua nova directora, Linda Amador, as próximas actuações levarão o rancho à cerimónia do içar da bandeira na ‘City Hall’ de Elizabeth, dia 30 de Maio próximo, à parada do Dia de Portugal e arraial do PISC no mesmo contexto e ainda ao içar da bandeira em Roselle Park, NJ.
Linda Amador nasceu em Braga, no Minho, “mas cresci na Torreira, perto da Murtosa, para onde fui pequena e lá fui criada”, conta, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Comecei a dançar aos três anos de idade num rancho que tínhamos na terra e nunca mais parei, até ver para os Estados Unidos”.
Na América, a paixão pelo folclore não esmoreceu e, quando os dois filhos nasceram, inculcou neles o mesmo sentido de amor às tradições lusas. A filha, Catarina, ainda pertence ao rancho e é mesmo um dos seus braços direitos (como ensinadora-assistente). “E ficámos sempre assim, envolvidos com o folclore – muito embora o meu filho, por razões profissionais, se tivesse que desligar”.
Amador juntou-se ao ‘Danças e Cantares de Portugal’ há 17 anos, muito embora os filhos tivessem dado os primeiros passos no ‘Barcuense’, de Newark. “No início era apenas cantadora, funções que ainda hoje acumulo com as de directora”, diz.
Também ‘Dama Auxiliar’ do PISC desde há oito anos, Linda Amador revela que, das saídas feitas pelo rancho em que participou, “as mais gratificantes para mim foram as idas a Ludlow, à festa de N.ª Sr.ª de Fátima, e a Toronto (Canadá)”.
A sua ligação à comunidade surge quase naturalmente: “O PISC é uma casa de que eu gosto, onde me sinto bem, desde que cheguei aqui. Tenho um sentimento especial por esta casa e amo o meu rancho! Acho importante nós continuarmos as nossas tradições e transmiti-las aos mais novos”.
Já Diego Lopes nasceu há 30 anos na Venezuela, filho de emigrantes de Gafanha do Carmo (distrito de Aveiro). Quando a família emigra de novo, para os EUA, os Lopes assentam arraiais em Elizabeth, cidade a que está ligado desde então.
“Descobri o folclore português através de amigos meus com quem jogava futebol”, conta ao LUSO-AMERICANO. “Depressa percebi que, tal como o desporto, era uma das minhas paixões. Até aprendi a tocar concertina por minha conta, o que comecei a fazer enquanto também actuava como dançarino!”
Em 2008 entrou para o “Dança na Eira”, em Newark, mas pouco depois transitou para o Rancho Folclórico da Casa dos Arcos, onde ensaiava a componente infantil do grupo. “Trabalhar juntamente com crianças e transmitir-lhes este amor por Portugal e pelas nossas raízes é algo que me preenche”, nota.
Diego Lopes fez um interregno do movimento folclórico com o nascimento da filha – “para me concentrar mais na vida familiar e profissional” – mas aceitou de boa vontade regressar ao activo com este que considera “um desafio irrecusável”.
A terminar, afirma: “come a minha mulher tem origens em Arcos de Valdevez, o nosso coração balança entre o Minho e Aveiro”.