ENTREVISTA | Deputado Hugo Carneiro (PSD) apoia teste ao voto electrónico na diáspora – mas exige segurança

• Por HENRIQUE MANO | Newark, NJ

O deputado social-democrata Hugo Carneiro, em entrevista concedida ao jornal LUSO-AMERICANO, afirma que o Governo do PSD ainda em funções “está a trabalhar afincadamente no estreitar das relações com as comunidades portuguesas no estrangeiro” e garante que “nós, no Parlamento, também temos um papel relevante” nessa dinâmica.

Carneiro, que é vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, puxa mesmo dos galões para lembrar “aquilo que fizemos, por exemplo, sobre o teste do voto electrónico: precisamente aprovar um projecto de resolução para que se consiga promover e aumentar a participação dos portugueses nas comunidades nos processos eleitorais internos do país”.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O deputado Hugo Carneiro na redacção do jornal LUSO-AMERICANO em Newark, NJ

O parlamentar de 42 anos, considerado uma das promessas do seu partido, esteve nos EUA integrado numa delegação de deputados portugueses que participou numa conferência sobre desenvolvimento sustentável na ONU.

A estratégia social-democrata de proximidade para com os emigrantes passa por evitar que “as comunidades não se sintam distantes ou que olhem para Portugal como um poço de burocracia que lhes dificulta a vida”. Mas também lhes merecem e relexão o associativismo jovem (ou a falta dele) nas comunidades lusas, o papel das mulheres e o encerramento de vários vice-consulados.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O deputado Hugo Carneiro consulta edições históricas do LUSO-AMERICANO, que em 2028 completará um século de existência

O deputado defende o recurso ao voto electrónico na diáspora – com ressalvas: “se nós olharmos para as legislativas, onde funciona o voto por correspondência, votam em média 300 mil eleitores residentes nas comunidades. Mas, se olharmos para as europeias ou para as presidenciais, onde não há votos por correspondência, esse número vem para 30 mil ou 17 mil. É uma diferença muito grande”.

Carneiro acrescenta: “Acho que nós devemos dar este passo de testar o voto electrónico, perceber se ele funciona, se as pessoas se adaptam a esse sistema e se consegue ajudar precisamente a aumentar a participação eleitoral, porque eu tenho a certeza que as pessoas nas comunidades querem participar na vida interna do país. E nós temos que dar resposta a essa aspiração que as pessoas têm”.

O passo a seguir, “aprovado o projecto de resolução no plenário”, explica, “ele agora tem de ser aperfeiçoado no Parlamento em versão final – estamos a falar de algo meramente burocrático e rápido e, a partir daí, com esta recomendação ao Governo, ele poderá elaborar a proposta de lei que tecnicamente concretiza o teste do voto electrónico”.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O deputado Hugo Carneiro consulta edições históricas do LUSO-AMERICANO, que em 2028 completará um século de existência

E agora as reticências… “Nós temos aqui preocupações muito grandes. Repare: o sistema de voto electrónico, ainda que seja um teste – é nessa fase que nós estamos-, tem de ser seguro, tem que dar confiança às pessoas, tem que garantir o secretismo do direito de voto, a fiabilidade para que, depois, no final desse teste, nós possamos dizer que, corrigindo isto ou corrigindo aquilo, este é ou não um caminho a seguir”.

Na visita às instalações do jornal LUSO-AMERICANO em Newark, o deputado português nota ser “no terreno” que “percebemos o que é que as pessoas esperam de nós, o que é que está a faltar e como é que podemos dar respostas. Se nós o fizermos, aqueles partidos que adoptarem uma linguagem mais populista ou demagógica, certamente que não conseguirão voltar a enganar as pessoas”.

“Para nós”, referindo-se ao PSD, “é muito claro que não há portugueses de primeira nem portugueses de segunda. Para nós, são portugueses tanto aqueles que moram em Portugal continental e ilhas, como aqueles que estão no estrangeiro”.

PERFIL | Hugo Carneiro

•Nasceu a 20 de Maio de 1982 e tem 42 anos de idade.

• Eleito em 2019, tem sido deputado das XIV, XV e XVI Legislaturas.

• Tem duas licenciaturas (Economia e Direito), uma especialização em Direito das Autarquias Locais e uma pós-graduação em Direito Fiscal.

• É técnico superior do Banco de Portugal.

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