EUA. Governo federal “a caminhar para paralisação mais longa da história”
O presidente republicano da Câmara dos Representantes antecipou segunda-feira que a paralisação do Governo federal pode tornar-se a mais longa da história, garantindo que “não negociará” com os democratas até que estes suspendam as suas exigências.
Sozinho no Capitólio no 13.º dia da paralisação, o presidente da câmara baixa do Congresso norte-americano, Mike Johnson, disse desconhecer os detalhes da demissão de milhares de funcionários federais por parte da administração Trump.
Esta é uma demissão em massa bastante invulgar, amplamente vista como uma forma de aproveitar a paralisação para reduzir o âmbito do Governo, noticiou a agência Associated Press (AP).
“Estamos a caminhar a passos largos para uma das paralisações mais longas da história americana”, frisou Johnson, do Louisiana.
Sem um desfecho à vista, a paralisação deverá prolongar-se por um futuro imprevisível.
O encerramento interrompeu as operações governamentais de rotina, fechou os museus Smithsonian e outras instituições culturais importantes e deixou os aeroportos em dificuldades com as interrupções de voos, injetando ainda mais incerteza numa economia já precária.
Johnson agradeceu ao presidente Donald Trump por ter assegurado que os militares são pagos esta semana, o que retirou um dos principais pontos de pressão que pode ter levado as partes à mesa das negociações.
A Guarda Costeira também está a receber os seus salários, confirmou um alto responsável do Governo, que falou sob condição de anonimato.
A paralisação é um debate sobre a política de saúde e, em particular, sobre os subsídios do Affordable Care Act, que estão a expirar para milhões de cidadãos que dependem de ajudas governamentais para adquirir os seus próprios planos de saúde nas bolsas do Obamacare.
Os democratas exigem a extensão dos subsídios, enquanto os republicanos defendem que a questão pode ser tratada mais tarde.
Com o Congresso e a Casa Branca num impasse, alguns estão de olho no final do mês como o próximo potencial prazo para a reabertura do Governo.
É quando começam as inscrições, em 1 de Novembro, para o programa de saúde em questão, e os norte-americanos enfrentarão a perspetiva de prémios de seguro inflacionados.
A Kaiser Family Foundation estimou que os custos mensais duplicariam se o Congresso não renovasse os pagamentos dos subsídios que expiram a 31 de Dezembro.
É também quando os funcionários públicos com salários mensais, incluindo milhares de assessores da Câmara dos Representantes, ficarão sem os seus salários.

