EUA | MAURÍCIO MORAIS VAI COMEMORAR 35 ANOS DE CARREIRA

🖋Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

• Colaboração: FERNANDO G. ROSA

Maurício Morais tinha 10 anos quando chegou à América, na segunda metade da década de 60 do século passado. Ele, os pais e doze irmãos. Para trás ficava a terra natal, Mairos, uma freguesia transmontana no concelho de Chaves que a distância – e o tempo – nunca apagaram das memórias do artista.

“O nosso voo partiu de Lisboa e aterrou em Boston”, conta Maurício Morais, na entrevista exclusiva que concedeu em Massachusetts ao jornal LUSO-AMERICANO. “Daí viemos directamente para Milford, para uma casa que o meu tio já tinha preparada para nós.”

Muito embora em Portugal “já tivesse dado uns toques no acordeão e na harmónica”, demonstrando interesse e inclinação para a música, foi na América de todas as oportunidades que Morais deu os primeiros passos de carreira.

❝TINHA CERCA DE 14 ANOS QUANDO COMPREI A MINHA PRIMEIRA GUITARRA ACÚSTICA, INFLUENCIADO PELOS BEATLES E POR ELVIS PRESLEY❞

➫Maurício Morais, músico

“Tinha cerca de 14 anos quando comprei a minha primeira guitarra acústica”, conta, “influenciado pelos Beatles e por Elvis Presley, de quem entretanto já tinha comprado tudo o que era discos. Não descansei enquanto não consegui arrancar todas as suas melodias da minha guitarra… E tudo de ouvido, sem a ajuda de ninguém”.

Dois anos depois, surgiu a sua primeira banda, a ‘Flash’, com 4 elementos, de que era vocalista e guitarrista. A primeira actuação a sério seria no piquenique anual do Clube Português de Instrução e Recreio, em 1971, passando daí a percorrer não apenas as associações portuguesas como discotecas para o público americano, mercê da sua versatilidade.

O ‘Flash’ vai até aos anos 80, “altura em que começo a inspirar-me a escrever e compôr as minas próprias canções”, diz. Grava então o primeiro disco, em vinil e cassette, intitulado ‘Show Me the Way’.

❝TIVE A SORTE E O PRIVILÉGIO DE GRAVAR O MEU 1.º DISCO EM PORTUGAL, SOB A DIRECÇÃO DO MAESTRO JORGE MACHADO❞

➫Maurício Morais, músico

“Tive a sorte e o privilégio de o fazer em Portugal, sob a direcção do maestro Jorge Machado, tendo o disco saído sob a chancela da Edisco”, revela. “Teve distribuição em Portugal e na América do Norte, onde foi muito bem recebido.”

Era o início de um longo percurso que iria gerar uma das mais bem sucedidas carreiras musicais de um português por terras do Tio Sam, a nível comunitário. Já sob alçada da saudosa Henda Records, surgem êxitos como ‘Mariazinha dá-me uma pinguinha’ e ‘Pinguim’, a garantir vendas superiores a 900 mil cópias e discos de ouro e platina.

A sua trajectória de mais de três décadas de vida artística inclui espectáculos nas mais importantes comunidades portuguesas da América do Norte, de Virgínia à Califórnia, e passagens pelas Bermudas, Austrália, Venezuela, França e Portugal continental e ilhas. Pelo caminho, ficam prémios no Festival da Canção em Newark e uma nomeação e actuação nos IPMA de 2015.

Dia 14 de Março, na gala dos 35 anos de carreira, a decorrer no Clube Português de Instrução e Recreio em Milford, MA, o artista transmontano fará também o lançamento do seu mais novo trabalho discográfico – Maurício Morais: 35 Anos de Música, com 12 faixas todas de sua autoria. O registo foi feito nos estúdios do produtor Hernâni Raposo, no Canadá.

A noite contará com a actuação de um naipe de colegas que se lhe juntam nesta ocasião especial: Nélia, José Nazário, Michelle Romeiro, David de Melo e Cátia Furtado

❝[O NOVO DISCO] É O RESULTDO DE MESES DE INSPIRAÇÃO E REFLEXÃO❞

➫Maurício Morais, músico

“É o resultado de meses de inspiração e reflexão”, nota, referindo-se ao novo disco. “É um álbum que para mim tem um significado especial, uma amálgama de sentimentos e vivências, de saudade, experiências, amizades feitas ao longo dos anos, mas a provar que ainda estou na estrada da música com a guitarra a meu lado.”

Maurício Morais tinha 10 anos quando chegou à América, na segunda metade da década de 60 do século passado. Ele, os pais e doze irmãos. Para trás ficava a terra natal, Mairos, uma freguesia transmontana no concelho de Chaves que a distância – e o tempo – nunca apagaram das memórias do artista
Maurício Morais tem vários discos lançados e chegou a vender mais de 900 mil cópias quando estava vinculado à extinta Honda Records

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