EXCLUSIVO. Senador Jack Martins faz avaliação positiva dos primeiros dias da administração Trump
• Por HENRIQUE MANO | Mineola, NY
O senador estadual Jack Martins, que representa em Albany o Distrito Eleitoral 7 do estado de Nova Iorque, faz um balanço positivo dos primeiros dias da nova administração republicana e aplaude as medidas tomadas até agora pelo Presidente Donald Trump.
Em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO, concedida sábado em Mineola, NY, o legislador estadual considera o novo poder político em Washington, DC “uma lufada de ar fresco” que está “a dar ouvidos às exigências feitas pelo povo americano” que foi às urnas no passado mês de Novembro.
O senador estadual republicano Jack Martins, do Distrito Eleitoral 7 de Nova Iorque
“O povo americano pediu que se enfatizasse os custos do nível de vida, as reformas no sistema judicial e a segurança nas nossas. Cidades”, afirma Martins, que nasceu em Jamaica, NY filho de emigrantes portugueses de Alheira-Barcelos (Minho). “E também que os EUA voltassem a projectar uma imagem mais musculada perante o mundo, a nível de política externa”.
O senador luso-descendente também parece satisfeito com as escolhas de Trump para os lugares-chave da nova administração, considerando que “despertaram a atenção das pessoas e foram, na sua maioria, bem recebidas, apesar de também terem tido os seus críticos”.
Jack Martins lembra as primeiras sondagens de opinião pública recolhidas sobre Trump, desde a tomada de posse, como prova do que afirma: “está com índices de popularidade a ronda os 60%, o que não aconteceu durante o seu 1.º mandato. Um indicativo de que está a ir ao encontro daquilo que a maioria dos americanos espera do seu governo. Portanto, o Presidente tem o apoio do povo e tem igualmente o meu apoio”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump
O senador de Long Island não tem dúvidas de que para a vitória de Donald Trump, contribuiu a situação dos migrantes na fronteira: “o facto de estar a querer deportar emigrantes com cadastro em solo americano é uma ideia bem recebida pelo público. Não se trata de carta branca para deportar todos os emigrantes nos EUA em situação irregular, mas uma política virada para aquelas pessoas que, tendo vindo para cá, cometeram crimes. E que, por tal, devem ser responsabilizadas e deportadas, não merecem estar aqui”.
Jack Martins também olha com pragmatismo para a ameaça de Trump de imposição de tarifas às exportações da União Europeia para os EUA, considerando-a uma moeda de troca “que o Presidente está a usar como estratégia para negociar acordos comerciais sobretudo com o Canadá e o México, dada a questão emigratória”.
“Não me parece que as ameaças de imposição de tarifas à U.E. se venham a materializar”, opina o advogado de profissão. “A estratégia é maios global e irá ter em conta a questão da guerra na Ucrânia; haverão muitas discussões ainda, estou em crer, sobre se estas tarifas irando mesmo para a frente. Há que garantir que o espaço europeu continue com uma economia forte para que a própria Europa possa dar apoio à Ucrânia”.
JACK MARTINS ESPERA TRABALHAR EM ESTREITA COLABORAÇÃO COM O NOVO EMBAIXADOR DOS EUA EM PORTUGAL
John Arrigo foi nomeado embaixador dos EUA em Portugal pela nova administração norte-americana
Jack Martins diz ainda estar disponível para trabalhar em estreita colaboração com o novo embaixador americano em Portugal, John Arrigo, que aguarda o aval do comité de relações exteriores dos Senado para seguir rumo a Lisboa. “Ainda não o conheci”, diz Martins, “mas espero fazê-lo breve. Temos, aliás, alguns amigos em comum”.
O luso-descendente é curador da FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento), nomeado precisamente pelo 1.º embaixador de Trump em Portugal, George Glass, e terá essa posição agora à mercê de Arrigo. “Se decidir que deverei ficar, irei claro voltar a trabalhar em conjunto com o embaixador em prol dos interesses das comunidades luso-americanas”.