Força Aérea portuguesa está no mercado à procura de meios aéreos para combater incêndios

O ministro da Administração Interna garantiu na segunda-feira que a Força Aérea está no mercado à procura de mais meios aéreos para o combate a incêndios em Portugal, mas a guerra da Ucrânia tem dificultado a tarefa.

José Luís Carneiro que falava aos jornalistas em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, à mar- gem da sessão de abertura da conferência “O Inverno Demográfico – O Papel da Imigração”, disse que “não é verdade que existam menos meios” este ano face ao anterior e enumerou os reforços recentes. “Até hoje estavam a operar 14 meios aéreos e hoje [segunda-feira] entraram mais 14. Faltam quatro helicópteros e dois ‘Canadairs'”, referiu.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano foi apresentado em Abril e contabilizava 34 meios aéreos para o período de 15 a 31 de Maio, mas neste momento, segundo disse a Força Aérea Portuguesa (FAP), estão apenas garantidos 23 meios aéreos. De acordo com o ministro, a FAP está no mercado “a fazer tudo o que pode para conseguir contratar mais meios”.

“Falei hoje pela manhã com a senhora ministra da Defesa Nacional. O senhor presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil está na União Europeia com os colegas europeus para procurar ter esses meios. Tivemos 60 meios aéreos em 2022 e destinamos como objectivo chegar a 72 meios aéreos, mas não estão disponíveis no mercado”, disse o ministro. José Luís Carneiro disse que “os meios aéreos são escassos a toda a Europa” devido à guerra que está a viver-se na Ucrânia e reiterou a ideia de que o Governo “está a fazer de tudo”. O ministro insistiu ainda no apelo a comportamentos responsáveis: “Os meios aéreos só conseguem ser eficazes, assim como todos os outros recursos, nomeadamente os humanos, se tivermos atitudes e com- portamentos de grande responsabilidade”.

Segundo a FAP, aos 23 meios aéreos disponíveis, a partir de segunda-feira vão juntar-se mais nove meios aéreos “assim que cumpridas todas as formalidades administrativas e assinatura dos respectivos contratos”, o que totaliza 32. O DECIR para este ano prevê ainda, para o período de 01 de Junho a 30 de Setembro, 72 meios aéreos, mais 12 do que em anos anteriores, mas este número não se conseguiu concretizar nos concursos públicos internacionais lançados duas vezes pela Força Aérea, faltando sete heli- cópteros, que vão ser adquiridos através de ajuste directo.

Em causa estão um concurso público para o aluguer de 33 helicópteros ligeiros para o período de 2023 a 2024 e um outro para a contratação de dois aviões anfíbios pesados para este ano e quatro para 2024.