FUTEBOL: Luso-americano vai entrar para a Parede da Fama do Futebol em Connecticut
HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
O treinador Joe Mingachos, de 53 anos de idade, vai ser induzido para a ‘Connecticut Soccer Hall of Fame’ (CSHOF) numa cerimónia a realizar-se dia 2 de Abril, a um sábado, no espaço ‘The Hook and Ladder’, em North Haven, CT. Mingachos, que actualmente tem sob seu comando a equipa masculina da modalidade na Western Connecticut State University, é considerado um dos melhores técnicos de futebol universitário na Costa Leste e mesmo no país, com um currículo de três décadas recheado de prémios e troféus.
A CSHOF foi criada em 1998 por um subcomité da Connecticut State Soccer Association (CSSA) e reconhece anualmente o melhor do talento na modalidade no ‘Estado Constituição’.
“É incrível pensar que um rapaz português de Danbury, CT que começou a jogar futebol a sério em 1978 possa agora receber esta honraria”, afirma Joe Mingachos, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Resta-me pois dizer que isto não se deve só a mim, é um esforço colectivo entre mim, uma família que sempre me apoiou, a minha mulher, treinadores, directores atléticos, jogadores… Nunca teria chegado à ‘Hall of Fame’ sem o contributo de todos eles, sem esquecer, claro, todo o esforço dos meus pais, que me criaram e me incutiram os valores de ética de trabalho e moral por que me sigo. Sei que o meu pai, onde quer que esteja, lá de cima, está a presenciar tudo isto.”
Joe Mingachos nasceu e cresceu em Danbury; o pai, José Mingachos, era natural de Lousã, distrito de Coimbra, e a mãe de Vila Franca da Serra, na zona de Gouveia. “O futebol fez sempre parte das nossas vidas, precisamente por causa do meu pai, que era um grande entusiasta da modalidade”, diz. “Cheguei a mudar de liceu para poder jogar, mas a sério, a sério, foi por volta de 1978, com o Danbury PSL.”
Tirou Comunicação pela Western Connecticut State University (WCSU), onde, por motivação do então treinador David Rui Caetano, também jogou futebol. Ao acabar os estudos superiores, o pai leva-o para Portugal, onde está três meses a treinar com a Académica de Coimbra.
No regresso, torna-se treinador-assistente de futebol masculino na sua alma matter, posição que ocupa por 5 anos; resolve aceitar depois o convite para treinar a equipa feminina na mesma universidade, com quem fica ao longo de 19 anos, num período repleto de glória, vitórias e conquistas.
Há 6 anos, aceita novo desafio: pegar, como treinador principal, na equipa masculina, cargo que ainda ocupa.
“Pode-se dizer que ganhei e perdi muitos jogos e que ainda vou ganhar e perder muitos outros, mas creio que aquilo de que mais me orgulho, são as relações humanas que, ao longo destes 30 anos, fui capaz de estabelecer, que se reflectem nas vivências dos jogadores e jogadoras com quem trabalhei”, sublinha. “É ser convidado para os casamentos e baptizados dos meus jogadores e vê-los médicos, professores, advogados. Vale muito mais que qualquer troféu.”
Joe Mingachos também conseguiu transmitir o amor pelo futebol aos dois filhos (um rapaz e uma rapariga), uma vez que ambos se dedicam à sua prática.