Governo português quer alargar rede de escolas portuguesas em África

Portugal quer uma rede de escolas portuguesas “mais robusta”, sobretudo nos países africanos de língua portuguesa, prevendo a construção de estabelecimentos e pólos para alargar essa cobertura, disse, na quarta-feira, o secretário de Estado da Educação, António Leite na Praia, à margem da visita à Escola Portuguesa de Cabo Verde (EPCV).

António Leite destacou que embora recente, a EPCV tem um “grande futuro”, colocando em cima da mesa a possibilidade de “até ter outros polos noutras ilhas de Cabo Verde”, assunto que pretende abordar com o ministro da Educação cabo-verdiano, Amadeu Cruz, durante a visita do governante português à Praia.

“A próxima escola portuguesa a ser tratada provavelmente será São Paulo. Mas como isto não é um comboio, a carruagem seguinte não fica à espera que avance a primeira. Nós vamos seguramente avançar em vários sítios ao mesmo tempo e, portanto, a nossa ideia é de facto até ao fim da década, se calhar até menos, ter uma rede muito mais robusta do que temos hoje, sobretudo nos países africanos de língua oficial portuguesa, mas também noutros países”, disse ainda o governante.

Tutelada pelo Ministério da Educação português e financiada pelo Orçamento do Estado de Portugal, a Escola Portuguesa de Cabo Verde iniciou a actividade no ano escolar de 2016/2017 com 22 alunos, três professores e seis funcionários. Após três fases de alargamento, que custaram 2,3 milhões de euros, a escola é a mais procura- da de Praia, contando actualmente com 960 alunos, 66 professores, 47 funcionários, uma directora e 2 subdirectores, até ao 11.o ano de escolaridade, prevendo alargar ao 12.o ano no próximo ano lectivo, segundo a direcção da escola.

“Eu diria que havendo vontade, é sempre possível crescer mais. A Escola Portuguesa em Cabo Verde é um excelente exemplo de uma escola que é relativamente recente, mas que hoje é já um marco absolutamente de grande relevância no ensino em Cabo Verde”, destacou o secretário de Estado.

“Dois países que se respeitam, dois países que se tratam em pé de igualdade, só podem cooperar se as duas partes foram ganhadoras. Este é um projecto claramente nesse sentido, mas também a presença de muitos jovens cabo-verdianos em escolas portuguesas na República Portuguesa é um outro exemplo dessa capacidade de cooperação que temos e que, estou convencido, não só iremos manter como robustecer”, concluiu o governante.