GRIPE DAS AVES: Doença já afectou 60 espécies de mamíferos
A gripe das aves, detectada a semana passada numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, já afectou mais de 60 espécies de mamíferos em oito anos, incluindo cães, gatos, leões e porcos, revelou a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
Entre 2016 e 2024, a lista de espécies de mamíferos onde se detectou a infecção pelo vírus da gripe aviária somou cerca de seis dezenas, em países como os Estados Unidos, Japão, Vietname, Finlândia, Suécia, Canadá, Espanha, Noruega, Brasil, Peru ou Rússia.
Desta listagem, divulgada pela DGAV, fazem parte espécies como o gato (França, EUA, Canadá, Coreia do Sul, Hungria, Polónia e Itália), o cão (China), o porco (Itália, EUA e França) e o furão (Eslovénia, Bélgica e Polónia).
Alguns animais selvagens também já foram afectados, como o leão (Peru e Vietname), o lince-pardo (EUA), o urso-negro (EUA e Canadá) ou o tigre (EUA e Vietname).
O vírus da gripe das aves infectou ainda, no período em análise, mamíferos marinhos, onde se inclui a foca-comum (Alemanha, Dinamarca e Reino Unido), a foca-cinzenta (Polónia, Suécia e Reino Unido), o golfinho-comum (Peru e Reino Unido), o golfinho-chileno (Chile), o golfinho-de-laterais-brancas-do-Atlântico (Canadá), o leão-marinho-do-sul (Argentina, Brasil, Peru, Uruguai e Chile), a mor-sa (Noruega) ou o lobo-marinho-do-Norte (Rússia).
A lista inclui também espécies menos conhecidas, como o tanuki (Japão), o cachorro-vinagre (Reino Unido), o tourão (Países Baixos e Bélgica), o coati (Alemanha e Uruguai) e o rato-veado (EUA).
A infecção de mamíferos acontece ocasionalmente, através da ingestão de aves infectadas e da exposição a ambiente contaminados.
No caso dos animais de companhia, nomeadamente cães e gatos, os casos deveram-se a contactos com aves domésticas infectadas. Alguns animais não apresentaram sintomas.
Mais de 840 focos de gripe das aves foram detectados na Europa, entre Outubro de 2024 e Janeiro de 2025, sobretudo na Hungria e em Itália.
Destes, 452 foram em aves selvagens, 309 em aves de capoeira e 81 em aves em cativeiro.
Portugal comunicou quatro focos, três em aves selvagens e um em aves de capoeira.
O vírus não se transmite através do consumo da carne.