Marchas e protestos nas cidades americanas
Em New York, milhares de pessoas atravessaram a Brooklyn Bridge em protestos pacíficos e em Los Angeles grupos de manifestantes encheram o parque em frente ao City Hall.
Milhares de manifestantes estiveram sábado nas ruas dos Estados Unidos sob o lema “Não toquem nos nossos corpos”, para defender o direito ao aborto perante a possibilidade de o Supremo Tribunal o poder vir a anular. “Acabamos com os ataques ao aborto. Estamos a manifestar-nos para dizer alto e em bom som:
Não toquem nos nossos corpos”, é o lema da Women´s March, uma das organizações responsáveis por esta jornada de contestação, na rede social Twitter.
Por todo o país foram organizados mais de 450 desfiles, entre os quais grandes marchas em Washington, Nova Iorque, Chicago, Austin e Los Angeles.
Na capital, em Washington, o desfile seguiu em direcção ao Supremo Tribunal, onde se juntaram cerca de 17 mil manifestantes.
As manifestações agendadas para todo o país foram convocadas após uma fuga de informação sobre uma iniciativa do Supremo Tribunal norte-americano para revogar o direito constitucional ao aborto, que teria impacto em todos os 50 estados norte-americanos. Se anulada a decisão ‘Roe v. Wade’, que protege como constitucional o direito das mulheres ao aborto, os Estados Unidos voltarão à situação que existia antes de 1973, quando cada estado era livre de proibir ou autorizar a realização de abortos.
O protesto é organizado pelas organizações Women’s March, Ultraviolet, MoveOn.org e Planned Parenthood.
O resultado da decisão do Supremo Tribunal, de maioria conservadora, está previsto para junho, e terá também repercussões na campanha eleitoral antes das eleições intercalares de Novembro, que determinarão que partido controlará o Congresso.
Dada a grande divisão geográfica e política sobre a questão, espera-se que metade dos estados do país, especialmente no sul e no centro conservador, proíbam rapidamente o procedimento.
Na passada quarta-feira, o Senado norte-americano rejeitou a Lei de Protecção à Saúde das Mulheres, que inscreveria o direito ao aborto na legislação federal, uma demonstração contundente da divisão partidária no país sobre a questão.