Na cauda da Europa

por Luis Pires

Eis as previsões da OCDE para o impacto da pandemia nas principais economias no corrente ano e nos próximos dois anos.
Duas notas sobressaem como diz a “Causa Nossa”.

– A enorme assimetria entre os países incluídos, com a China a consegur escapar à recessão e países como a Argentina e o Reino Unido a perderem mais 10% do PIB;

– A robusta retoma económica logo em 2021 em todas as economias, sendo mais uma vez de assinalar o extraordinário desempenho da China.
Como AQUI se previu no início da pandemia, a China ganha nesta crise um enorme avanço à zona euro e também aos Estados Unidos, a caminho de se tornar, mais cedo do que se antecipava, a maior potência económica mundial. Nem a pandemia a trava.

No que respeita a Portugal, as previsões da OCDE não são brilhantes. Se este ano a recessão prevista (- 8,4%) fica acima da zona euro (-7,5%), já a recupera- ção projetada para os próximos dois anos é muito mais lenta (ou seja, apenas 1,7% e 1,9%, respetivamente), ficando longe de se recuperar o PIB de 2019 em 2022. O governo é optimista. Ajusta-se ao populismo de Trump e tudo são maravilhas. O recente aumento do salário mínimo para os 666 euros é prova disso. É uma fortuna para quem trabalha e usufrui deste montante para pagar a renda da casa, o gas a luz e a ama do filho, a comida e os remédios quando há doenças. É muito bom dizem os governantes. Mas não é bem assim.

A confirmarem-se as previsões, voltamos a ficar para atrás na convergência intraeuropeia. Esperemos que a realidade corrija as previsões…