NJ. Saiba quais serão os impactos sentidos após despedimentos no Departamento de Educação
O Departamento de Educação anunciou recentemente uma redução em larga escala da sua força de trabalho, com planos para cortar metade da sua equipa em várias regiões.
Aproximadamente 1.300 funcionários do Departamento de Educação serão despedidos, informou o Departamento de Educação através de um comunicado de imprensa. Os funcionários afectados serão colocados em licença administrativa a partir do dia 21 de Março.
Estão incluídos nesta onda de despedimentos todos os funcionários que trabalham nos escritórios regionais de São Francisco, Nova Iorque, Boston, Chicago, Dallas e Cleve-land, avançou a NBC News.
A força de trabalho passará de um total de 4.133 trabalhadores, para aproximadamente, 2.183. Incluídos na redução estão quase 600 funcionários que aceitaram oportunidades de demissão voluntária e reforma nas últimas sete semanas, declarou o Departamento de Educação.
Em Nova Jérsia, os escritórios do Departamento de Educação estão localizados em Trenton.
O Departamento de Educação disse que continuaria a cumprir as suas principais funções, como a distribuição de ajudas federais às escolas, a gestão de empréstimos estudantis e a supervisão das bolsas Pell. Os funcionários do departamento são também responsáveis por fazer cumprir as leis dos direitos civis nas escolas e faculdades financiadas pelo governo federal.
Os currículos e o financiamento do ensino básico e secundário de Nova Jérsia provêm do nível estadual e local, mas o Departamento de Educação desempenha um papel de apoio no financiamento através de programas como: o Título I para alunos de baixos rendimentos, o IDEA para alunos com deficiência e vários subsídios destinados a melhorar o desempenho dos alunos e a garantir o acesso equitativo à educação.
A maior parte do financiamento das escolas públicas provém do nível local, com o governo federal a fornecer uma média de 13,6% do financiamento para a educação pública de K-12 em todo o país no ano lectivo de 2021-2022, de acordo com uma análise dos dados do Centro Nacional de Estatísticas da Educação feita pelo USA Facts.
Cerca de 7,7% do financiamento das escolas públicas em Nova Jérsia provém do governo federal.
“A redução de força de hoje reflete o compromisso do Departamento de Educação com a eficiência, a responsabilização e a garantia de que os recursos são direcionados para onde mais importam: para os alunos, pais e professores”, disse a Secretária de Educação, Linda McMahon, na terça-feira. “Agradeço o trabalho dos dedicados funcionários públicos e os seus contributos para o Departamento. Este é um passo significativo para restaurar a grandeza do sistema educativo dos Estados Unidos”.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse anteriormente querer devolver todo o controlo das escolas aos estados. A maior questão para muitos é o que acontece aos milhares de milhões de dólares enviados para manter escolas públicas todos os anos, como o financiamento do Título I, que apoia escolas em comunidades com elevadas concentrações de pobreza.
Educar crianças de baixos rendimentos, estudantes que estão a aprender inglês e pessoas com deficiências geralmente custa mais porque exige ensino especializado ou turmas mais pequenas. Os distritos sem uma base fiscal forte para financiar as escolas têm muitas vezes dificuldades em satisfazer as necessidades destes alunos, o que o Congresso reconheceu ao autorizar o dinheiro.
A Casa Branca elaborou uma ordem executiva que inicia o processo de desmantelamento do Departamento de Educação e pressiona o Congresso para o tornar oficial.
“A experiência de controlar a educação americana através de programas e dólares federais — (…) falhou com as nossas crianças, os nossos professores e as nossas famílias”, lê-se no rascunho da ordem executiva.
Não é claro quando é que Donald Trump a assinará.
O sindicato que representa mais de 2.800 trabalhadores do Departamento de Educação prometeu lutar contra estes cortes e pediu aos norte-americanos que contactassem os seus representantes no Congresso para intervir.
“O que ficou claro nas últimas semanas de despedimentos em massa, caos e falta de profissionalismo desenfreado é que este regime não tem qualquer respeito pelos milhares de trabalhadores que dedicaram as suas carreiras a servir os seus compatriotas americanos”, disse Sheria Smith, presidente da Federação Americana de Funcionários do Governo que representa a equipa do Departamento de Educação, em comunicado.
“Também é claro que existe uma campanha de desinformação desenfreada para enganar os norte-americanos sobre os serviços, recursos, bolsas e programas reais que o Departamento de Educação dos EUA fornece a todos os americanos”.
A National Education Association, que fez ‘lobby’ pela formação do departamento na década de 1970, condenou os cortes, dizendo que farão disparar o tamanho das turmas.
“Despedir — sem justa causa — quase metade do pessoal do Departamento de Educação significa que se estão a livrar dos funcionários públicos dedicados que ajudam a garantir que os alunos da nossa nação têm acesso aos programas e recursos para manter o tamanho das turmas reduzido e expandir as oportunidades de aprendizagem para os alunos, para que possam crescer e atingir o seu pleno brilhantismo”, disse a presidente da NEA, Becky Pringle, em comunicado.