NJ TRANSIT. 350 mil passageiros em alerta graças à primeira greve ferroviária em décadas
Cerca de 350 mil passageiros diários podem ficar sem transporte a partir desta sexta-feira, devido aos maquinistas da NJ Transit estarem em greve — a primeira do género em mais de 40 anos.
A NJ Transit é o terceiro maior sistema de transportes públicos dos EUA, com serviços de comboio e autocarro em Nova Jérsia, incluindo ligações diárias a Nova Iorque.
Razões do conflito
O principal motivo da discórdia entre a empresa e o sindicato Brotherhood of Locomotive Engineers and Trainmen está relacionado com salários e condições de trabalho. O sindicato exige que o salário médio anual dos maquinistas passe de 113 mil para 170 mil dólares. No entanto, a NJ Transit afirma que o salário médio já ronda os $135 mil, com alguns trabalhadores a receberem mais de 200 mil.
O presidente da NJ Transit, Kris Kolluri, afirmou recentemente: “Não posso continuar a distribuir dinheiro sem controlo. A questão é: quem paga isto tudo? O dinheiro não cresce nas árvores.”
Planos de contingência
A NJ Transit pretende reforçar alguns serviços de autocarro, mas admite que só conseguirá transportar cerca de 20% dos passageiros habituais dos comboios. Por isso, recomenda que quem puder trabalhar a partir de casa o faça.
Estão a ser preparados autocarros contratados a partir de quatro parques de estacionamento em Nova Jérsia com destino ao terminal de autocarros de Manhattan ou às estações de comboio PATH. No entanto, estes só começarão a funcionar na segunda-feira seguinte à greve, e cada autocarro terá capacidade para apenas 100 passageiros, face aos cerca de mil que cada comboio transporta diariamente.
Além disso, a NJ Transit cancelou os transportes para os concertos da Shakira marcados para esta quinta e sexta-feira no Estádio MetLife e ainda não confirmou se irá operar durante os concertos da Beyoncé, previstos entre 22 e 29 de Maio.
Negociações continuam
As negociações duram há vários anos — o contrato dos maquinistas ex-pirou em 2019 — e, no mês passado, os trabalhadores rejeitaram uma proposta da empresa que previa aumentos até aos $172 mil anuais. O sindicato rejeita esses valores, dizendo que estão inflacionados e que os trabalhadores não têm tido aumentos há cinco anos, estando apenas a pedir igualdade salarial em relação a colegas de outras empresas.
Esta semana, houve uma nova reunião entre as partes e uma comissão federal de mediação, em Washington, mas não foi divulgado se houve avanços.
O governador Phil Murphy, afirmou que não descarta declarar estado de emergência se a situação se agravar, mas mantém-se confiante de que ainda é possível chegar a um acordo.