NY, NJ e CT | Infestação de carraças atinge nível máximo

A infestação de carraças atingiu níveis alarmantes na região tri-estadual de Nova Iorque, Nova Jérsia e Connecticut, com o Índice de Risco de Carraças da Universidade de Fordham a marcar o valor máximo esta semana: 10 em 10.

O alerta foi emitido pelo Centro Louis Calder da universidade, que aconselha a população a repensar atividades ao ar livre. “Se está a planear uma caminhada, talvez seja melhor optar por uma sessão de cinema”, recomendam os investigadores.

O índice, actualizado semanalmente, mede a actividade de carraças com base na contagem de ninfas (em transformação/metamorfose de larva para adulto) e adultos em zonas representativas. Acima de 7, o risco é considerado elevado — com probabilidade aumentada de contacto com estes parasitas, sobretudo em locais com relva alta, vegetação densa ou trilhos florestais.

Apesar dos alertas frequentes por parte da comunidade científica, os EUA continuam sem uma estratégia nacional eficaz para lidar com a crescente ameaça. 

Investigadores defendem uma resposta coordenada, com mais investimento em prevenção e sensibilização — especialmente num contexto de alterações climáticas que favorece a propagação destes parasitas.

Carraças em meio urbano: um problema para a saúde pública em crescimento 

As carraças-do-veado (Ixodes scapularis), principais responsáveis pela transmissão da doença de Lyme, estão a expandir-se para áreas urbanas, incluindo bairros de Nova Iorque. A presença de animais como esquilos e ratazanas, que servem de hospedeiros, facilita essa disseminação.

Especialistas alertam ainda para o impacto das alterações climáticas: invernos menos rigorosos e primaveras mais longas prolongam o período de actividade das carraças e aceleram a sua propagação — estima-se que estejam a expandir-se a uma média de 30 km por ano.

As carraças podem transmitir diversas doenças, além da de Lyme, como anaplasmose, babesiose, febre maculosa, ehrlichiose e até o vírus de Powassan. Muitas dessas infecções têm início silencioso, mas podem evoluir rápidamente e afectar o sistema nervoso, coração ou articulações.

Podem ter consequências graves se não forem tratadas atempadamente. A doença de Lyme, por exemplo, pode apresentar ainda sintomas como febre, dores de cabeça, fadiga e erupções cutâneas.

Como se pode prevenir e o que fazer em caso de picada

As autoridades de saúde recomendam medidas de protecção, como:

• Evitar zonas de vegetação densa;

• Usar roupa clara e que cubra bem o corpo;

• Aplicar repelente com DEET na pele e na roupa;

• Verificar cuidadosamente o corpo, a roupa e os animais de estimação após actividades ao ar livre;

• Secar a roupa na máquina a alta temperatura durante 10 minutos.

Se encontrar uma carraça presa ao seu corpo:

• Remova-a o mais rapidamente possível com uma pinça fina, puxando com cuidado;

• Desinfecte a área da picada;

• Observe sintomas nas semanas seguintes. Em alguns casos, pode ser necessário tratamento com antibióticos preventivos;

• Consulte um médico se surgirem sinais de infecção ou sintomas como febre, fadiga ou erupções cutâneas.