PAN AM VAI REVIVER O SEU HISTÓRICO 1.º VOO TRANSATLÂNTICO ENTRE NOVA IORQUE E LISBOA
ª Por HENRIQUE MANO | Nova Iorque
Ò tempo, volta p’ra trás!
É o que parece querer dizer uma das mais icónicas companhias de aviação da história, a norte-americana Pan Am.
A lendária empresa aérea, cujo nome era Pan American World Airways, mais conhecida como Pan Am, está a reviver uma das suas maiores façanhas históricas com o lançamento do projecto comemorativo “Tracing the Transatlantic” [ https://www.criteriontravel.com/panam/ ]. A iniciativa homenageia o primeiro voo comercial transatlântico da empresa, realizado em 1939, entre Nova Iorque e Lisboa, via Açores.

A Pan Am faz parte do imaginário colectivo dos norte-americanos e até é tema de projectos de ficção
A bordo de uma réplica cuidadosamente restaurada do icónico hidroavião Boeing 314 Clipper – símbolo de uma era dourada da aviação – o projecto recria, passo a passo, a histórica rota que ligou os Estados Unidos à Europa, numa época em que voar sobre o Atlântico era uma verdadeira aventura.
O voo original, que partiu do terminal marítimo de Port Washington, em Long Island, e fez escala na Horta (ilha do Faial), antes de chegar a Lisboa, marcou o início de uma nova era nas ligações aéreas internacionais e no transporte postal e de passageiros.

O terminal no Aeroporto JFK, em Queens, NY – hoje transformado em unidade de hotelaria temática
“Esta recriação não é apenas uma homenagem à ousadia e engenho dos pioneiros da aviação, mas também um tributo ao papel central que Portugal teve nesta epopeia”, lembra John Parmenter, historiador de aviação e coordenador do projecto.
Além do voo simbólico, o “Tracing the Transatlantic” inclui exposições itinerantes, documentários, palestras e colaborações com museus de aviação em vários pontos do percurso, incluindo Lisboa, Ponta Delgada e Horta.
A Pan Am, embora já extinta desde 1991, continua a ocupar um lugar de destaque na memória colectiva da aviação mundial, sendo sinónimo de luxo, inovação e exploração dos céus.

O edifício que serviu dec sede à Pan Am em Nova Iorque ainda hoje define a linha de arranha-céus da cidade
A digressão aérea de 12 dias levará um grupo exclusivo de 50 viajantes numa rota circular com partida e regresso a Nova Iorque, a bordo de um Boeing 757-200 configurado apenas com classe executiva e decorado com as cores azul e branca da histórica companhia aérea. A partida está marcada para terça-feira, a partir do aeroporto JFK, com escalas em Bermudas, Lisboa (Portugal), Marselha (França), Londres e Foynes (Irlanda), antes do regresso aos Estados Unidos.
Este projecto resulta de uma colaboração entre a operadora turística Criterion Travel e a empresa de viagens em jacto privado Bartelings, em parceria oficialmente licenciada com a Pan Am.
Na segunda-feira, a Pan Am Museum Foundation anunciou nas redes sociais que o avião – registado como TF-FIC – estava prestes a aterrar no JFK, após descolar da Florida. O voo será operado pela Icelandair.
Segundo o site da Criterion, os bilhetes em ocupação dupla custavam 59.950 dólares, enquanto os viajantes a título individual pagavam 65.500 dólares. Os valores incluem voos, alojamento, refeições, bebidas e uma mala exclusiva com a marca Pan Am.