Polícia desmonta quadrilha que organizava ilegalmente casamentos para obter green card em North Carolina

Os casamentos falsos eram usados para favorecer tanto aos imigrantes como soldados.

Ebenezer Yeboah Asane, um ex-soldado da base militar de Fort Bragg em North Carolina está a ser acusado de arranjar casamentos falsos entre imigrantes indocumentados e soldados americanos no activo, com o objectivo de obter green cards.

A acusação contra o ex-militar foi apresentada pelo procurador Robert J. Higdon, Jr. e incluiu os nomes de 10 outros homens que participaram no esquema.

A quadrilha recebia dinheiro para forjar festas de casamento, fotos e documentos para serem entregues à imigração.

Os casamentos falsos eram usados para favorecer tanto os imigrantes como os soldados, que uma vez casados passam a ter acesso ao Subsídio Básico de Habitação (BAH) do exército.

Agora, o grupo vai responder por 29 crimes, entre eles, fraude em casamento, falso testemunho, obstrução de justiça, conspiração, tráfico humano e falsificação de vistos.

A advogada Renata Castro, fundadora do Castro Legal Group, explica que forjar um casamento com objectivos imigratórios é um crime federal grave. “A imigração dos EUA tem cada vez mais interesse em condenar indivíduos envolvidos em esquemas de casamentos falsos. A quadrilha descrita no artigo actuava em larga escala, mas é importante lembrar que as consequências legais são as mesmas para quem faz casamentos falsos tanto de forma individual e também para aqueles que agenciam os casamentos”, ressalta a advogada. E acrescenta: “É importante lembrar que advogados não podem ajudar na execução de um crime, ou seja, advogados que têm conhecimento da falsidade do casamento não podem representar essas pessoas. A vontade de ficar nos Estados Unidos sem sombra de dúvidas leva pessoas a decisões extremas, mas é importante ter conhecimento de todas as consequências legais antes de tomar uma decisão que pode não ter volta”.