PORTUGUÊS COORDENA UNIDADE DE ‘DRONES’ DA POLÍCIA DE ELIZABETH, NJ

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

O detective português Luís Figueiredo, de 42 anos e dezasseis de experiência na área de segurança pública, é coordenador da unidade de veículos aéreos não tripulados (‘drones’) da Polícia de Elizabeth, no estado note-americano de New Jersey. Figueiredo é igualmente operador-chefe de ‘drones’ na unidade UAS (Unmanned Aircraft System) daquele departamento, que ajudou a criar em 2017.

“Fomos a primeira polícia do país a obter autorização da FAA (o organismo federal de controlo da aviação comercial) de penetração no espaço aéreo à volta do Aeroporto de Newark, um dos mais movimentados nos Estados Unidos”, afirma o detective Luís Figueiredo, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “O nosso programa de utilização de ‘drones’ aqui em Elizabeth é provavelmente o mais sofisticado de New Jersey e um dos mais avançados no nordeste da América.”

Figueiredo lembra que o ‘drone’ “é um equipamento tecnológico que pode assumir diversas utilidades, sobretudo em trabalhos pesados e ambientes adversos. Trata-se de mais uma ferramenta de segurança não apenas para os profissionais da polícia, como para os cidadãos em geral – uma vez que é utilizada tanto em situações de perseguição de criminosos, como na localização de pessoas desaparecidas, reconstituição de cenas de acidentes ou mesmo grandes incêndios.”

Criada em 2017, a UAS da Polícia de Elizabeth conta já com 12 ‘drones’ e mais de uma dezenas de respectivos operadores. “O aspecto mais gratificante desta actividade é saber que pusemos as novas tecnologias ao serviço da segurança pública e a bem de todos”, reitera o detetive, que, à parte as funções em Elizabeth, também é ‘Task Force Officer’ junto da ‘Homeland Security Investigations’, uma subdivisão do Department of Homeland Security.

Agora com 8 anos de experiência acumulada como operador de ‘drones’, e mais de 400 horas ao leme daqueles veículos aéreos não tripulados, o português é hoje um ‘expert’ no sector. Deu já assistência a mais de 50 departamentos policiais do ‘Estado Jardim’ que seguiram as pegadas de Elizabeth e criaram os seus próprios UAS’s, nomeadamente a nível de treino, compra de equipamento, identificação de estratégias, etc..

“É fundamental continuarmos a investir nesta tecnologia para o combate ao crime ao mesmo tempo que se sensibiliza a opinião pública para a importância destes programas de ‘drones’”, nota.

Luís figueiredo nasceu em Aguim, perto de Anadia, na zona da Bairrada; tinha 5 anos quando os pais emigraram para os EUA, estabelecendo-se em Elizabeth, onde fez o liceu. Formar-se-ia posteriormente em criminologia pela New Jersey City University, em 2003. Três anos depois, aos 26, tornava-se agente da Polícia de Elizabeth. Fez trabalho de patrulha durante alguns anos e, em 2011, é integrado na ‘Street Crimes Unit’, para mais tarde se juntar à Divisão de combate aos narcóticos – subindo a detective em 2017.

Ao longo da última década, a caminhada de combate ao crime de Figueiredo tem sido feita com um colega também português ao lado, o detective Rui Xavier, 39. Natural de Vila Nova de Famalicão, tinha 8 anos quando emigrou para Elizabeth, one faz o liceu e em 2008 se junta à polícia – depois de ter passado pela academia de treino e formação do condado de Union.

À semelhança do colega de profissão, também passa pela ‘Street Crime Unit’ e pela divisão de combate ao tráfico de drogas; em 2017 é promovido a detective.

Tanto Figueiredo como Xavier são parte do grupo de 36 agentes luso-americanos ao serviço da Polícia de Elizabeth. “Saber falar português nesta cidade é realmente uma mais-valia que contribui para desempenharmos melhor o nosso trabalho”, reconhece o detective Rui Xavier. “Sempre que um português tem um encontro com as autoridades e se depara com alguém que fala a sua língua, tudo se torna mais fácil de resolver. E nós temos muito orgulho em fazer parte da comunidade portuguesa de Elizabeth.”