Prejuízo histórico de 3.577 milhões de euros no BES

BES

Os 4.253,5 milhões de euros de “imparidades e de contingências” fizeram desabar os resultados do banco face ao prejuízo de 237,4 milhões no ano passado. A exposição ao GES, Angola e a imparidade na PT ditam parte do efeito. Os rácios de capital ficam automaticamente abaixo do mínimo exigido pelo supervisor.

O Banco Espírito Santo (BES) fechou o primeiro semestre do ano com um prejuízo jamais visto na instituição de 3.577 milhões de euros, consequência dos 4.253,5 milhões de euros de “imparidades e de contingências”.

Estes resultados colocam directamente o BES com os rácios de capital muito abaixo do mínimo exigido pelo Banco de Portugal. “O rácio Common Equity Tier I era, em 30 de junho de 2014, de 5,0% (mínimo fixado pelo Banco de Portugal: 7%)”, afirma o próprio comunicado.

“Factores de natureza excepcional ocorridos durante o corrente exercício determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências”, diz o documento.

A “constituição de provisões para fazer face à exposição perante as empresas do Grupo Espírito Santo”, a “anulação de juros incobráveis sobre crédito concedido no BES Angola (BESA) e constituição de provisões para contingências fiscais nesta filial”, o “agravamento do risco da carteira de crédito”, a “reconhecimento da imparidade na participação na Portugal Telecom”, a “consolidação de SPE e contingências sobre dívida emitida” e outras “situações específicas” justificam o volume de imparidades.

“O Conselho de Administração está empenhado em apurar todos os factos que conduziram à necessidade de proceder a este conjunto adicional de provisões e propõe-se adoptar todas as medidas que se encontrarem ao seu alcance com vista a recuperar os montantes máximos possíveis dos créditos ora provisionados e a fazer com que o banco possa ser ressarcido pelos prejuízos causados por via de eventuais comportamentos ilícitos que venham a ser apurados, por parte de indivíduos ou entidades, através dos vários meios e instâncias a que poderá recorrer para o efeito”, garante a equipa de Vítor Bento.

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