Putin começa a criar “condições para escaladas futuras contra os países bálticos” como parte dos esforços para enfraquecer a NATO
O Instituto de Estudos da Guerra (ISW), com sede em Washington, observa num relatório divulgado a 16 de Janeiro, que Vladimir Putin continua “inabalável” no seu objectivo de vencer a Ucrânia, podendo ter em mente uma possível expansão do conflito para os países bálticos.
A conclusão do ISW surge depois de, durante uma reunião com os ministros russos, o líder ter informado que a Letónia e outros países bálticos estão a expulsar pessoas de origem russa dos seus territórios.
As queixas do presidente russo prendem-se com uma mudança na lei de imigração na Letónia, que exige aos russos que vivem como residentes permanentes no país que passem por um teste de idioma caso pretendam continuar a viver no país.
Como não actualizaram as autorizações de residência de modo a cumprir as novas regras, cerca de 1200 russos foram identificados para deportação em Dezembro de 2023. “São situações muito sérias que afectam a segurança nacional”, assinalou Putin.
O ‘think thank’ norte-americano considera que a retórica de Putin indica uma necessidade de começar a criar “condições para escaladas futuras contra os países bálticos, provavelmente como parte do seu esforço para enfraquecer a NATO”.
Apesar de Putin estar a preparar-se para “futuras acções agressivas sob o pretexto de proteger os seus compatriotas”, o mesmo relatório ressalva que ainda não encontrou nenhuma evidência de que a Rússia esteja a planear atacar os países bálticos em breve.
No final do ano, Putin ameaçou a Finlândia e reafirmou o seu desejo de obter mudanças na NATO, sobretudo se estas tiverem em vista o desmantelamento da Aliança Atlântica.
Caso algum dos países da organização militar seja atacado, a NATO poderá intervir no conflito, mediante a activação do Artigo 5.º, que prevê que os países signatários concordam que uma investida contra um ou vários estados-membros será um ataque a todos.