ROSTOS DO FOLCLORE PORTUGUÊS NA AMÉRICA: GABRIEL CARRELO
Por HENRIQUE MANO | Waterbury, Conn.
Apesar de ter nascido no turbilhão de Manhattan, filho de um emigrante de Trás-os-Montes e de mãe sul-coreana, é no Rancho Folclórico “Culturas de Portugal”, do Clube Português de Waterbury, estado de Connecticut, que Gabriel Carrelo se sente peixe n’água.
O vendedor de seguros de 23 anos, que passou a infância e a adolescência em Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, onde foi criado pelos avós, toca concertina e também ajuda a coordenar as actividades do grupo.
“Foi, aliás, em Vilar de Perdizes que comecei no folclore”, conta Gabriel Carrelo, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Comecei como dançarino e, já aqui na América, comecei a tocar concertina mais a sério”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Gabriel Carrelo, do Rancho Folclórico ‘Culturas de Portugal’
Dois anos depois de ter regressado à terra onde nasceu, em 2015, Gabriel Carrelo juntou-se ao “Culturas de Portugal”, que em Outubro comemora 27 anos de actividade. Ciente de que, mais do que um passatempo, o rancho é uma missão a cumprir: “Liga-nos muito à comunidade. Nós temos uma cultura portuguesa enorme, é algo que não podemos deixar morrer e, se não forem os jovens de hoje em dia a preservarem estas tradições antigas, quem o irá fazer?”, questiona.
Logo depois dá a resposta: “O nosso objectivo é que continue por muitos anos e que não exista apenas para a nossa geração. É nossa obrigação passá-la aos mais pequenos para garantia do seu futuro”.
Como parte desse esforço, Gabriel Carrelo está a ajudar a treinar dois novos tocadores de concertina para o grupo, uma das iniciativa em marcha no plano de reorganização (e fortalecimento) do “Culturas de Portugal”, que pretende chegar aos 50 elementos ainda este ano.
“Sente-se uma dedicação de todos muito maior ao projecto”, afirma Carrelo. “É também importante que os nossos elementos percebam que têm de participar nos ensaios, só assim seremos um grupo mais coeso e profissional. Porque crescer, vamos crescer, disso ninguém duvida”.