Se Colombo era italiano porque raio escrevia os seus diários em hebraico e grego?
Em 12 de Outubro de 1492 a América foi descoberta pelo genovês Cristóvão Colombo”. A frase que está na ponta da língua desde a nossa infância, pode ser uma sucessão de erros. Pesquisas recentes revelam que o continente americano já havia recebido visitantes (de fenícios a chineses, passando por vikings), que Colombo não era italiano… e que sequer seu nome era esse!
O lugar de nascimento de Colombo é incerto e as suas origens permanecem envoltas em enigma sem que surjam documentos decisivos. A partir de finais do século XIX, e do centenário de 1892, foi considerado natural de Génova. Actualmente, historiadores diversos levantam hipótese de ele ser português, catalão, basco, galego ou mesmo grego, e certamente de ascendência judaica. Conhecia as línguas clássicas (mantinha um diário em latim e outro em grego) e o hebraico; não escrevia italiano, mas uma forma aportuguesada do castelhano.
O ano de 1492 é divisor de águas na história em geral e na judaica, em particular. A chegada de Colombo às Américas “coincide” com a expulsão dos judeus da Espanha. A polémica começa na proximidade entre estes dois factos muito relevantes em datas muito juntas. A discussão esquenta com o livro do historiador Mascarenhas Barreto, “O Português Cristóvão Colombo, Agente Secreto do Rei Dom João II”, em que afirma que o descobridor era português e judeu.
Colombo vivia em meios judaicos, tinha muitos amigos e mestres judeus. A navegação era ensinada em academias judaicas, e os primeiros navegadores foram judeus e árabes. A viagem de Colombo foi arranjada e patrocinada por judeus – e não pelo ouro dos monarcas, como se diz. E curiosamente, a sua frota zarpou dois dias após o prazo estabelecido pelos monarcas para os judeus abandonarem o reino. Sabe-se que com Colombo viajaram muitos cristãos novos.
Segundo Oscar Villar Serrano no seu livro “Cristóbal Colón: el secreto mejor guardado” na correspondência que mantiveram Colombo e seu filho Fernando há muitas provas de sua origem judaica. As cartas estavam fechadas com letras em hebraico, os textos escritos em um idioma “ininteligível” e as despedidas eram uma benção judaica. Colombo recomendava ao seu filho que diante das pessoas se comportasse como mandava a lei canônica, “mas entre nós, temos que conservar nossos costumes” (sic).
O irmão de Cristóvão Colombo foi queimado em Valência em 1493 por ser judeu e, curiosamente, foi a própria Igreja que propôs canonizar o descobridor pelo facto de ter cristianizado os indígenas de América, mas desistiu ao saber que ele era judeu.
Cristóvão Colombo seria Salvador Fernandes Zarco, que existiu de facto, nobre ilegítimo natural da vila alentejana de Cuba em Portugal, neto de João Gonçalves Zarco, navegador português de ascendência judaica – o que justifica os nomes com que ele batizou ilhas (São Salvador e Cuba) e o facto de nunca escrever italiano, mas sim um “portunhol”.
Decifrando a misteriosa assinatura críptica de 27 sinais com que Colombo sempre escreveu seu nome, Barreto acredita ter desvendado a cabala judaica do nome e da identidade do navegador. Para isso, o pesquisador utilizou o método da leitura espelhada, na qual o ponto e a vírgula podem significar, em espanhol antigo, Colon, e em hebraico, Zarco.
Colombo é uma forma latinizada do seu apelido. Na sua assinatura hierática lê-se Xpo ferens (“portador de Cristo”) além de siglas que originaram interpretações variadas, mais convencionais ou mais esotéricas. Colombo seria até um nome errado, pois nas suas assinaturas aparece o símbolo “:” (“colon” em muitas línguas, como o castelhano e o inglês), que justifica o seu nome em castelhano: “Colón”. Ele nunca assinou Colombo…
Mascarenhas Barreto explica que Cristóvão a decifração em latim é: Fernandus, ensifer copiae Pacis Juliae, illaqueatus cum Isabella Sciarra Camarae, mea soboles Cubae sunt que significa: Fernando, duque de Beja e Isabel Sciarra da Câmara são os meus pais de Cuba.
A assinatura dele era contraditória, isto é, possuía mensagens católicas, em latim e mensagens em hebraico, comenta José Rodrigues dos Santos, autor de Codex 632.